Publicidade

Paulistão 2016 terá novas medidas contra violência

Deputado Fernando Capez defende Estatuto do Torcedor

PUBLICIDADE

Foto do author Gonçalo Junior
Por Gonçalo Junior
Atualização:

O Campeonato Paulista de 2016 vai apresentar uma série de medidas para tentar controlar a violência nos estádios. Algumas delas procuram evitar as aglomerações dos torcedores organizados nas arenas e definem multas para os organizadores dos jogos e também aos torcedores.

PUBLICIDADE

Os estádios que não tiverem todos os assentos numerados não vão conseguir o alvará para realização dos jogos da Série A-1. Os torcedores que não respeitarem a numeração poderão ser multados. O mesmo raciocínio se aplica aos organizadores do jogo: se não tomarem providências para que cada torcedor ocupe o seu lugar, também poderão ser multados. Nos dois casos, a multa varia entre 100 e 1000 Ufesps (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo), ou seja, entre R$ 2.100 e R$ 21.250.

O projeto de lei, de autoria coletiva, foi aprovado pela Assembleia Legislativa no mês de julho e será aplicado em 180 dias, exatamente na próxima edição do Paulistão. “Um dos objetivos é fazer valer os dispositivos do Estatuto do Torcedor”, afirma Fernando Capez, deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa. “Como consumidor, o torcedor tem o direito de encontrar seu lugar reservado no estádio no horário em que ele chegar. Isso é o mínimo”, completa.

Fernando Capez, promotor público à época e hoje deputado estadual, chegou a explicar que a estratégia do Ministério Público após o episódio foi pedir a extinção das organizadas. Para asfixiar financeiramente as uniformizadas, foram excluídas a Mancha Verde e a Independente.Durante dois anos, praticamente sumiram e só se reorganizaram a partir dos desfiles de carnaval. Depois, ex-integrantes fundaram aMancha Alviverde e a Independente, na prática, só mudou a estrutura. Foto: José Antônio Teixeira

Em relação às torcidas organizadas, Capez explica que os estádios podem reservar 20% dos lugares para elas, atrás dos gols. Isso vai ficar a critério dos organizadores. “No aspecto de organização, temos de aproximar o futebol brasileiro do futebol europeu e do norte-americano”, diz o deputado.

As bandeiras, um dos pontos mais polêmicos das medidas históricas contra as organizadas, devem continuar proibidas. Os mastros são considerados como armas brancas em potencial.

Na batalha do Pacaembu, os torcedores usaram as bandeiras para agredir os rivais, além das madeiras das obras do tobogã. “Acho que deveriam voltar”, opina o professor Bernardo Buarque de Holanda, da Fundação Getúlio Vargas. “Ainda temos um trauma daquele evento, mas é preciso pensar em uma agenda positiva. As bandeiras fazem parte do futebol de espetáculo”, diz.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.