Após o julgamento que culminou na exclusão do Grêmio da Copa do Brasil na tarde desta quarta-feira, o presidente do clube, Fábio Koff, afirmou que seu departamento jurídico vai recorrer da decisão no pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Pela primeira vez no Brasil um clube é eliminado de uma competição por causa de atos racistas de sua torcida.Embora tenha achado a punição exagerada, Koff afirmou que ficaria feliz se, de fato, essa pena colocasse fim à discriminação racial no País: O que o senhor achou da exclusão do Grêmio da Copa do Brasil? - O Grêmio respeita a decisão, embora discorde dela tecnicamente, por isso vamos recorrer.
O senhor achou a punição foi injusta? - Não acredito que houve injustiça, acho que houve exagero na interpretação da regra. Nós temos que conceituar e entender de maneira diferente a injúria racista e a manifestação. O Grêmio fez o possível para identificar os autores. Identificou alguns, e entregamos à polícia diversos vídeos para identificá-los. Isso é o que está previsto no estatuto do torcedor como responsabilidade do clube. Os torcedores identificados vão ficar 720 dias sem poder entrar no estádio. Como o Grêmio vai agir para que a decisão seja respeitada? - Há mecanismo para identificar. O Grêmio tem um dos estádio mais modernos do mundo, com tecnologia avançadíssima. Há possibilidade de impedí-los. Nós nos antecipamos ao excluir uma facção de torcidas (Geral) por ora.Tem um recado aos torcedores responsáveis pela punição? - Tenho apelado ao torcedor do Grêmio. Tenho mantido campanhas permanentes nesse sentido para que ajude o clube. Ao mesmo tempo que se sucedem os fatos, mais desagradável fica a condição do Grêmio aqui no tribunal.O Grêmio vai servir de exemplo para o resto dos torcedores do País contra atos raciais? - Se tiver esse efeito a gente vai ficar feliz. Se nós acabarmos com a discriminação racial no país por causa dessa decisão ficaremos felizes.