O primeiro dos seis títulos brasileiros conquistados pelo Corinthians completa 25 anos nesta quarta-feira. Ronaldo; Giba, Marcelo, Guinei e Jacenir; Márcio, Wilson Mano, Tupãzinho e Mauro (Dinei); Fabinho e Neto (Ezequiel). Eis o time que derrotou o São Paulo por 1 a 0 no Morumbi naquela tarde de domingo, 16 de dezembro de 1990. Entraram todos para a história. Só não imaginavam que aquela conquista daria sequência a outras cinco.
Até a brava e aguerrida campanha daquele ano, o Corinthians colecionava apenas Estaduais (eram 20; hoje são 27). Mas faltava ao time do povo um título Nacional, grandioso, que pudesse mudar o time de patamar. Esta era a obsessão do Alvinegro de Parque São Jorge desde o fim do jejum de 23 anos sem título, quebrado em 1977 diante da Ponte Preta, com gol de Basílio.

A garra e a superação e, claro, o talento de Neto marcaram a arrancada do Corinthians na reta final do Campeonato Brasileiro de 1990, basta recordar o início ruim na competição: derrotas para Grêmio e Cruzeiro derrubaram o técnico Zé Maria. Assumia, então, Nelsinho Baptista, que arrumou o time, chamado por muitos de limitado, sobretudo, por marcar poucos gols. A falta de poder ofensivo quase custou à equipe a classificação para as quartas de final - não era sistema de pontos corridos. A vaga veio na última rodada, apesar da derrota para o Internacional por 3 a 0. O Corinthians avançou graças ao tropeço do Goiás para a Portuguesa.

NETO BRILHOU
Se o Corinthians passou pelo favorito Atlético-MG nas quartas de final, foi graças à atuação de Neto. Ele fez os dois gols da vitória, de virada, no Pacaembu: 2 a 1. Após empate na partida da volta (0 a 0), o Corinthians, novamente em desvantagem, enfrentou o Bahia. Mais uma vez, o Alvinegro saiu atrás do placar no Pacaembu. Após buscar o empate no início do segundo tempo, Neto decidiu o jogo e, de falta, fez 2 a 1. O Corinthians garantiu a vaga na final depois de segurar um empate por 0 a 0 em Salvador.

A FINAL
Adversário da decisão, o São Paulo de Telê Santana poderia ser apontado como favorito. Mas o Corinthians venceu o primeiro jogo por 1 a 0, com um gol de Wilson Mano, e carregou a vantagem do empate no segundo e decisivo confronto no Morumbi. Havia mais corintianos do que são--paulinhos nos cerca de 100 mil torcedores que foram ao estádio. As bandeiras tremulavam nas arquibancadas. A festa era linda, digna da tradição das duas equipes. A apreensão e o sofrimento chegaram ao fim com o gol marcado por Tupãzinho, aos oito minutos do segundo tempo. O Corinthians segurou o marcador de 1 a 0 (poderia ter empatado) e conquistou seu primeiro título Nacional, numa festa até então jamais vista pela torcida. O Corinthians mandava no Brasil.