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Reforço na segurança garante Maracanã sem problemas no entorno

Efetivo da PM ganhou mais 600 homens, subindo a 3,1 mil nas proximidades do estádio durante o confronto entre Bélgica e Rússia

Por Antonio Pita e FABIO GRELLET E MARIANA DURÃO
Atualização:

Com policiamento reforçado após as invasões de torcedores argentinos e chilenos ao Maracanã, o duelo entre Bélgica e Rússia transcorreu sem problemas graves fora de campo, neste domingo, no Rio. O efetivo da Polícia Militar ganhou mais 600 homens, subindo a 3,1 mil policiais nas proximidades do estádio. Apesar da presença ostensiva das forças de segurança, a Polícia Civil registrou 46 ocorrências, a maioria relacionada a roubos e venda ilegal de ingressos.

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O esquema contou com policiais à paisana nas estações de metrô e no entorno do estádio, além de militares ainda em formação reforçando a segurança do gradil interno do estádio. Nas ruas próximas ao Maracanã, no bairro da Tijuca e na região da favela da Mangueira, houve patrulha de policiais do Batalhão de Choque. Alguns torcedores paravam para tirar fotos com os militares. "Não acho que seja excessivo, mas o suficiente para nos dar uma sensação de segurança", opinou o turista belga Gerard Henzen, de 54 anos.

A Guarda Municipal e a PM formaram cordões 50 metros após cada saída do metrô e em diversas ruas de acesso ao estádio. Torcedores que foram a pé tiveram que apresentar ingressos. "Eu e minha esposa fomos parados seis vezes: em vias próximas e na Avenida Maracanã", contou Daniel Rangel, de 39 anos. 

Polícia Civil registrou 46 ocorrências durante o jogo no Maracanã Foto: Fábio Motta/Estadão

Ainda assim, algumas pessoas sem ingresso também conseguiram passar, inclusive cambistas e ladrões. A Polícia Civil registrou 20 casos de roubo de ingressos. Segundo a delegada Daniela Rabelo, responsável pela delegacia móvel instalada ao lado do estádio, a maior parte das ocorrências aconteceu ainda nas estações do metrô, onde a segurança é de responsabilidade da concessionária. 

O panamenho Dimas Cardegas, de 35 anos, foi uma das vítimas. Ele e o amigo tiveram um ingresso roubado dentro do vagão, poucos minutos antes do jogo. Segundo Cardegas, o ingresso do amigo estava dentro do bolso abotoado e eles nem perceberam o roubo. "Quando entrei no estádio, no lugar em que estaria o meu amigo tinha uma mulher. Ainda chamei os voluntários, mas eles disseram para eu esperar meu amigo registrar a denúncia", contou. 

O movimento de venda irregular de ingressos se repetiu: cerca de 25 cambistas foram presos em flagrante, cada um com média de dois convites. O grupo incluía brasileiros e estrangeiros de países como México, Porto Rico e Inglaterra. Os torcedores que compraram os ingressos também eram detidos. Todos foram encaminhados a delegacias próximas do estádio e liberados em seguida. Apesar das ocorrências, a avaliação dos oficiais e delegados plantonistas da Polícia Civil é de que o movimento foi mais tranquilo, neste domingo, em função do reforço do policiamento .Ao fim do jogo, centenas de belgas reunidos nas estações de metrô ao redor do Maracanã cantavam "Aquarela do Brasil" para comemorar a vitória.

INGRESSOSAté o início do jogo, dezenas de torcedores das mais variadas nacionalidades ainda tentavam comprar entradas. Na saída da estação São Cristóvão do metrô, o estudante universitário norte-americano Bryan Cliff, de 26 anos, abordou a reportagem pedindo papel e caneta para escrever um aviso: I NEED 1 TICKET (Preciso de um ingresso). O jovem contou ter 700 reais para comprar o bilhete. Depois, postou-se na saída da estação de metrô segurando o recado escrito num pequeno papel. Na noite de sábado, dois ingleses que tentavam vender 30 ingressos foram presos em um hotel da zona Sul. Segundo a Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (DEAT), também foram apreendidos com os estrangeiros R$ 3 mil, 425 libras, 1 mil dólares americanos e 50 dólares de Hong Kong. Eles foram autuados em flagrante por cambismo e associação criminosa.

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