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Romário não leva paz ao Fluminense

Ninguém discute a utilidade do atacante no clube, mas a vinda do jogador fez com que os jogadores reivindicassem pagamento de salários atrasados.

Por Agencia Estado
Atualização:

Romário será apresentado nesta sexta-feira à torcida do Fluminense no salão nobre do clube e depois caminhará até o gramado do Estádio das Laranjeiras. Uma grande festa, com fogos de artifício, vai anunciar o reforço, na verdade, a nova dupla de contratados: Romário e o meia Beto, ex-Flamengo. Mas o clima de euforia é apenas aparente. Os demais jogadores do Fluminense não esconderam nesta quinta-feira o descontentamento com o desfecho das negociações envolvendo o artilheiro do último Campeonato Brasileiro. Tudo por causa do atraso no pagamento dos salários e na verba referente a direito de imagens dos atletas. O atacante Magno Alves acusou a diretoria do clube de "mentirosa" e cobrou o saldo das dívidas. "É triste o que eles vêm falando sobre salários, como direcionaram o dinheiro para as novas contratações", disse. De acordo com Magno Alves, o Fluminense vai desviar quantia recebida de um dos patrocinadores do clube para pagar Romário. Outro nome representativo no Tricolor, o atacante Roni, também fez críticas à diretoria pela aquisição da dupla de reforços: "Beto e Romário são excelentes jogadores e serão muito bem recebidos. Acho apenas que todos os jogadores deveriam ter seus salários garantidos pelo clube, e não apenas eles." O zagueiro Régis preferiu não comentar a contratação de Romário. E foi mais prático. Entrou nesta quinta-feira mesmo na justiça trabalhista, cobrando do Fluminense cerca de R$ 800 mil, em salários atrasados e direitos de imagem. Abafa - Depois dos protestos, o diretor de Futebol do Fluminense, Francisco Vasconcellos, negou a possibilidade de transferência de verba do patrocinador (citou a Unimed, que paga R$ 200 mil por mês ao clube) para acertar o salário de Romário e Beto e rebateu Magno Alves e Roni. "Não podem duvidar da nossa palavra. Vamos honrar nossos compromissos." O contrato de Romário tem duração de cinco meses - até o fim do Campeonato Brasileiro. Ele deve receber em torno de R$ 170 mil por mês. Como o jogador tem uma dívida com a Coca-Cola, de R$ 160 mil, a empresa, o clube e o atleta chegaram a um acordo: placas publicitárias serão expostas nas Laranjeiras para anunciar o refrigerante nos próximos meses. Em entrevista à Rádio Tupi, do Rio, Romário desdenhou dos dirigentes do Flamengo, clube com o qual também vinha negociando. "As coisas infelizmente não aconteceram com honestidade", declarou. Ele fez elogios o tempo todo ao Fluminense, prometendo empenho e muitos gols. Não quis dizer se poderia repetir a façanha de 2001, quando foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro. "O mais importante agora é destacar que o Fluminense tem história e tradição; e possui um time forte, capaz de chegar à fase final da competição." Ressaltou que a equipe Tricolor já era "poderosa" antes de sua chegada. Ele disse ainda que a frustração por ter ficado fora da Copa do Mundo já faz parte do passado. "Já estou vacinado com essas coisas, desde o infantil, tenho 20 anos de futebol." O novo reforço lembrou que alguns clubes podem fazer bonito no Brasileiro, citando o Cruzeiro. E deixou claro que a contratação de Beto só foi possível graças a um pedido seu ao presidente do Fluminense, David Fischel, e à direção da Unimed. Alheio à polêmica no elenco, por causa do impacto da contratação de Romário em contraponto com os salários atrasados, o técnico Robertinho ainda não definiu o esquema do time com Romário. O mais provável é que continue escalando o Fluminense com três atacantes. Uma coisa é certa, segundo o treinador: o time não vai jogar em função de Romário. Pelo menos foi o que ele disse nesta quinta-feira , após o treino nas Laranjeiras.

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