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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Rumo à Rússia 2018

Copa das Confederações foi uma recepção digna dos russos, sempre exagerados em sua grandiosidade

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Atualização:

Volto nesta segunda-feira para o Brasil, para casa e para o Estadão. Levo da Rússia, depois de dez dias perambulando pelas cidades-sede da Copa da Confederações, boas impressões do país que vai receber a Copa do Mundo em 2018.

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O Estadão deu seu pontapé inicial à cobertura neste evento-teste da Fifa. Daqui para frente, o noticiário esportivo vai olhar com mais carinho, direção e importância à preparação das seleções e dos estádios da competição que já tem Rússia, Brasil e Irã classificados. Parece que foi ontem que os brasileiros choraram, incrédulos pela forma que se deu, a eliminação diante da Alemanha na segunda Copa em casa – duas derrotas que jamais vamos nos esquecer: o revés para o Uruguai na final do Maracanã em 1950 e a surra sem igual (7 a 1) a um anfitrião na semifinal do Mineirão, em 2014.

A Rússia mostrou-se ao mundo nas cerimônias de abertura e encerramento da Copa das Confederações, torneio que também deve se despedir da agenda da Fifa aos próximos anos.

Tradições culturais, como danças, cores, roupas, e o que há de melhor no país-sede foram apresentados aos afiliados da entidade presidida por Gianni Infantino. Nada diferente do que fizemos quatro anos antes, em 2013. Foi uma recepção digna dos russos, sempre exagerados em sua grandiosidade.

E, claro, muito futebol, com estádios modernos e elegantes, pelos menos os que receberam jogos das Confederações. Há outros em construção, de alto investimento e prometidos para serem entregues em março. Quase num reflexo de como foi a Copa no Brasil, há críticas de superfaturamento das obras. Com os poucos russos com quem consegui falar, senti um desejo positivo em relação à competição de 2018 porque ela, na visão deles, traz e continuará trazendo mais emprego para todos e boa dose de modernidade para as 11 cidades-sede, e para a Rússia. 

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Ronaldo Fenômeno esteve presente na cerimônia da Arena Zenit. Entrou no estádio de São Petersburgo carregando a taça desejada do torneio, que seria entregue para a campeã Alemanha. O brasileiro estampava sorrido irreparável no rosto, carismático como sempre, aplaudido porque ele também faz parte da história desta competição com a seleção – são quatro títulos.

O Brasil ainda não fechou sua conta da Copa do Mundo, tanto financeiramente, com a maioria dos estádios construídos envolvidos em acusações de superfaturamento, quanto esportivo. Depois da derrota do time de Felipão no Mundial, Dunga andou pouco no sentido de melhorar a seleção, mas Tite, em 11 jogos, mudou tudo. Transformou água em vinho. O Brasil vive hoje a expectativa de fazer boa Copa em 2018. Ronaldo, em Moscou, disse que a seleção voltou a ser favorita. É preciso esperar um pouco mais. 

O fato é que a bola agora está com a Rússia, que parece padecer da mesma sorte dos brasileiros anos antes da disputa no que diz respeito à organização e investimento, com um agravante: a seleção anfitriã é ruim e poderá nem passar da primeira fase em 2018, a exemplo do que aconteceu neste evento-teste. Isso seria um desastre para o calor do torneio.

Com os alemães, é preciso abrir o olho. Essa geração que bateu o Chile nas Confederações não é para 2018. É para o Catar, quatro anos depois. 

VÍDEO Corro o risco de ser único neste caminho, mas confesso que o uso do árbitro de vídeo (VAR), que mudou decisões equivocadas dos juízes nas Confederações, e já foi utilizado em 76 jogos oficiais da Fifa, tem gosto de café frio no calor da partida. Seu ideal é honroso, o de acabar com as injustiças, mas...

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Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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