GENEBRA – Atendendo a um pedido dos advogados de José Maria Marin, a Corte do Brooklyn adiou o anúncio da sentença do ex-presidente da CBF para o dia 30 de maio. O objetivo da defesa é ainda a de conseguir que o julgamento que o condenou por corrupção seja anulado.
Inicialmente, a sentença seria conhecida no dia 4 de abril. No caso do ex-presidente da Conmebol, Juan Napout, a sentença ficou adiada para 11 de junho. Até la, ambos aguardam na prisão do Brooklyn.
Na sexta-feira passada, 23, a promotoria americana indicou os motivos pelos quais rejeita os argumentos dos advogados de Marin para anular o julgamento. Em dezembro, ele havia sido condenado por seis crimes por uma corte de Nova Iorque e, desde então, aguarda sua sentença em uma prisão americana. O Ministério Público americano o acusou de ter recebido US$ 6,5 milhões em propinas, em troca de contratos para eventos como a Copa América, Libertadores e Copa do Brasil.
+++ Após infância pobre, Marin virou milionário com política e futebol
O argumento do brasileiro era de que os promotores que apresentaram o caso não mostraram provas concretas de que Marin teria de fato recebido dinheiro em troca de oferecer contratos a empresas de televisão e marketing. Para os advogados de Marin, não existe prova de que um pagamento tenha sido retribuído com os contratos. Portanto, a relação criminosa não seria estabelecida.
O Estado apurou que a defesa de Marin apresentará ainda respostas aos comentários dos promotores até o dia 19 de março.
+++ Condenado por seis crimes, Marin pede novo julgamento
Ainda assim, para os promotores, o que o julgamento mostrou é que as provas contra o brasileiro são “devastadoras”. Isso inclui testemunhas, roteiro de pagamentos e dados sobre compras de mais de US$ 20 mil em lojas de luxo em Paris e US$ 50 mil em Las Vegas.
Para completar, o Departamento de Justiça rejeita a tese de que o material e provas retiradas dos cofres de Kleber Leite no Rio de Janeiro não foram autenticados. Nos documentos encontrados no cofre estava uma anotação feita à mão indicando o pagamento de R$ 1 milhão para “MPM”. A sigla era usada para designar Marco Polo e Marin.
Del Nero
O adiamento da sentença ainda dificulta o trabalho da Fifa que aguardava uma posição da Corte para definir qual seria a punição ao presidente afastado da CBF, Marco Polo Del Nero. Suspenso, ele aguarda uma decisão por parte da Fifa, o que teria de ser anunciado no máximo até o final de maio.
Del Nero, durante o julgamento de Marin, foi amplamente citado em esquemas de recebimento de propina. Ele nega qualquer envolvimento e garante que é inocente.