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Serasa informa à Justiça que incluiu Arena Itaquera em sua lista

Decisão atende a pedido da Caixa que executou o Corinthians judicialmente por não pagar o financiamento do estádio

Por João Prata
Atualização:

O Serasa informou em ofício anexado ao processo que cumpriu a determinação da Justiça Federal e incluiu a Arena Itaquera S/A em seu cadastro de inadimplentes. A decisão atende ao pedido da Caixa Econômica Federal que executou o Corinthians judicialmente por não pagar seis meses de parcelas do financiamento do estádio. O banco alega que o clube não cumpriu com as parcelas de março a agosto deste ano. 

A Justiça autorizou em 27 de agosto que a Arena Itaquera S/A tivesse o nome incluído na lista do Serasa. No processo, o banco informa que o Corinthians não paga as parcelas do financiamento do estádio desde março e, por isso, cobra uma multa no valor de R$ 48,7 milhões. A informação de que a inclusão foi concluída consta no processo. Foi anexado a ele na quarta-feira.

Arena Corinthians Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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O total da causa é de R$ 536 milhões, o que inclui multa, juros e correções, além do valor do financiamento para a obra do estádio. Na ação, que está na 24.ª Vara Cível Federal de São Paulo, o banco alega que estão em aberto as parcelas de março, abril, maio, junho, julho e agosto deste ano. 

A parcela de janeiro, paga, foi de R$ 6.442.357,31 e a de fevereiro de R$ 6.565.312,96, totalizam R$ 13.007.670,30. O valor em aberto dos meses subsequentes é de R$ 33.789.494,81. A Caixa emprestou inicialmente R$ 400 milhões ao Corinthians para a construção do estádio. Desde o início do financiamento, em 2014, o clube pagou cerca de R$ 170 milhões, sendo R$ 80 milhões de fevereiro de 2018 até agora. Mas como corre juros mensais, a dívida atual, segundo o Corinthians, está na casa dos R$ 470 milhões. De acordo com a Caixa, R$ 536 milhões é por causa da multa por atraso de pagamento.

O Corinthians alega ter dinheiro para pagar as parcelas deste ano com a Caixa e espera chegar a um acordo ainda neste mês. O diretor financeiro do Corinthians, Mátias Romano Ávila, informou em entrevista ao Estado que o dinheiro utilizado para pagar o financiamento vem das bilheterias e, caso não seja suficiente para saldar a dívida em alguns dos meses, há a possibilidade de incluir os valores de shows - segundo ele, existe a previsão de acontecer 20 eventos além do futebol no estádio.

Perguntas e respostas sobre a Arena Corinthians:

1 - O que muda a entrada da Arena Itaquera para o Serasa?

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Na prática não altera em nada. Isso porque o Fundo que administra o estádio e o Corinthians que é quem paga as contas não possuem restrições e ainda estão aptos para buscar crédito.

2 - O Corinthians corre o risco de perder a Arena?

Por enquanto não. Se Corinthians e Caixa não entrarem em acordo, deverá haver uma longa briga judicial. Isso já está ocorrendo. O clube tem direito a entrar com recurso e questionar a decisão do banco. Uma solução poderá a contecer. Com a cobrança da dívida no Serasa, o Corinthians vai começar a enfrentar dificuldades financeiras no mercado, como empréstimos.

3 - O que a Caixa pode fazer? Para receber o dinheiro, o banco pode executar as garantias financeiras, como está fazendo. Ou seja, fazer com que se cumpra o contrato assinado entre as partes. Os primeiros passos nesse sentido já foram dados. O caso tramita na 24.ª Vara Cível Federal de São Paulo.

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4 - Quais as garantias estabelecidas pelo Corinthians? Para conseguir o financiamento, o clube colocou como garantia do pagamento de R$ 420 milhões parte do terreno do Parque São Jorge. Juridicamente, essa garantia é usada em última instância. Antes de executá-la, haverá uma longa discussão jurídica entre as partes. 

5 - O clube então pode perder parte do local onde é sua sede, no Parque São Jorge? Existe esse risco sim, mas a execução de imóveis é um processo longo e até lá pode haver um novo acordo entre as partes. 

6 - O Corinthians deixaria de jogar na arena? Não, o processo vai correr na Justiça, em caso de não acerto, e, enquanto isso, o clube continuará se valendo do seu estádio para mandar jogos, a não ser que aja uma liminar que determine isso, mas, nesse caso, o clube pode derrubar essas determinações também na Justiça. 

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7 - O clube terá de pagar a dívida numa tacada só? Provavelmente não. O que deve acontecer é clube e Caixa firmarem uma forma para pagar a dívida até 2028, como estava estabelecido. O problema é que o Corinthians não paga a Caixa deste março e isso provocou a ação judicial.

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