Silêncio de Chapecó reflete desânimo após queda de avião

Prefeito decreta luto oficial de 30 dias e suspende festividades de fim de ano

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Por Flavia Werlang
Atualização:

CHAPECÓ - O avião que caiu na Colômbia na madrugada desta terça-feira com a delegação da Chapeconse deixou 71 mortos, mas acabou com o sonho de uma multidão. A dor e a comoção tomou conta do país. Em Chapecó, o silêncio era geral. "Nem os cachorros latem", definiu a moradora Mari Baldissera, sobre a mudez que tomava conta das ruas, embalada no melancólico sentimento de injustiça.  A sensação coletiva era de que o time batalhou muito, sempre tecendo o caminho da boa administração. Para isso, buscou inclusive, um novo jeito de gestão, baseado nas empresas familiares da região. 

A proposta de gestão fez com que a Chapecoense apostasse em jogadores mais baratos e com talentos vindos da base. Enquanto jogadores dos outros times ganhavam salários exorbitantes, um salário de jogador-estrela pagava a folha de todo o time. E assim, o resultado começou a dar frutos já em 2009 quando o time passou para a Série B.  "Foi um time construído há anos. Os jogadores e suas famílias se sentiam da cidade. A Chapecoense representa hoje o povo brasileiro: somos uma cidade pequena, do interior, humilde, e sozinha, com boa vontade de poucos chegamos onde chegou porque luta todo dia", disse Rosa Maria Mohr, proprietária da Maidana e da loja oficial da loja do clube.  Em decorrência do acidente envolvendo o equipe da Chapecoense e jornalistas, a prefeitura suspendeu as aulas na rede municipal de ensino na tarde desta terça-feira, e foi decretado luto oficial de 30 dias. Também foram suspensos todos os eventos e festividades relacionados ao Natal e Ano Novo.  

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