Sindicato visita clubes no interior para alertar sobre manipulação

Entidade visitou 33 times; seis relataram problemas

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Por Gonçalo Junior
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Representantes do Sindicato dos Atletas de São Paulo visitaram 33 clubes do Estado desde o ano passado para alertar jogadores, técnicos e dirigentes sobre a ação dos manipuladores de resultados. O cenário que encontraram foi alarmante: pelo menos seis clubes já haviam recebido recentemente propostas para “entregar” os jogos em troca de dinheiro.

“A maioria dos clubes tem medo de denunciar esses casos por causa das retaliações. Existe uma máfia de manipulação de resultados. É uma gangue pior que o narcotráfico”, afirma Mauro Costa, diretor de relacionamento da entidade.

O jogo entre Barueri e Rio Preto está sob suspeita Foto: Johnny Torres/DIARIO DA REGIAO/PAGOS

Costa fez palestras em clubes de todas as divisões e compartilhou o que aprendeu no curso “Treinando o treinador”, ministrado pela Interpol no ano passado. Durante uma semana, um representante do sindicato de atletas de cada país esteve na Costa Rica para conhecer detalhes sobre a operação dos manipuladores no mundo todo e, principalmente, formas de combatê-las. O curso foi oferecido pela polícia internacional em parceria com Fifa e Fifpro (Sindicato Mundial dos Atletas).

Atletas e dirigentes são orientados a tomar três atitudes diante do manipulador: reconhecer, resistir e denunciar. Em geral, explica o diretor, eles tentam propostas indiretas, oferecendo presentes ou ajuda para a família. Depois, pedem um cartão amarelo. O manipulador faz gravações dessa proposta, aparentemente inocente, para “amarrar” o atleta. Em seguida, começa a chantagem para propostas mais graves, como modificar os resultados dos jogos.

O sindicato mostra o risco de prisão – a pena prevista é de dois a seis anos de acordo com o Estatuto do Torcedor e também o banimento do futebol de acordo com o Código Disciplinar da Fifa.