PUBLICIDADE

Tite relembra os tempos de artilheiro na Portuguesa

Treinador virou capa de jornal após ‘Gol do Fantástico'

Foto do author Raphael Ramos
Por Raphael Ramos
Atualização:

Tite recebe cópia da capa do Jornal da Tarde de 2 de abril de 1984 e, com cara de espanto, arregala os olhos e diz: "Nossa, como eu era magro", como se esse fosse o principal assunto registrado naquela manchete. Não era. À época jogador da Portuguesa, Tite teve uma foto sua estampada na capa do jornal após marcar, aos 25 minutos do primeiro tempo, o gol mais bonito da goleada por 4 a 1 sobre o Brasil de Pelotas, pelo Campeonato Brasileiro. Na verdade, foi o gol mais bonito da rodada da competição. "Foi o 'Gol do Fantástico'. A bola sobrou para mim e bati de primeira", orgulha-se o treinador do Corinthians. O programada dominical escolhia o gol mais bonito da rodada e fazia a referência ao artilheiro. Todo jogador queria marcar o tal gol do Fantástico, da Rede Globo.

Tite segura capa do Jornal da Tarde de 1984 Foto: GABRIELA BILO/ ESTADAO

PUBLICIDADE

" STYLE="FLOAT: LEFT; MARGIN: 10PX 10PX 10PX 0PX;

Tite relembrou daquele golaço após a vitória do Alvinegro por 2 a 0 sobre a Portuguesa na última terça-feira, pelo Campeonato Paulista, no Itaquerão. Na sexta-feira, ganhou reprodução do jornal que destacou o seu feito. "Vou enquadrar e dar de presente para a minha mulher. A Rose é que vai gostar. A história dessa foto é muito bonita", conta. Na época, os dois ainda namoravam e Rose estava nas arquibancadas do Canindé. "Eu falei para ela: 'Se fizer um gol, vou mandar um beijo para você'. Na hora foi tanta emoção, que eu corri desesperado para o lado errado. Quando dei a volta e mandei o beijo para a Rose, o fotógrafo estava bem na minha frente." Ao olhar mais atentamente para a foto, Tite se lembra do filho Matheus, hoje auxiliar técnico do Caxias. "Estou a cara dele. É igualzinho."

Há outro detalhe interessante daquela partida. O técnico do Brasil de Pelotas era Luiz Felipe Scolari, em início de carreira. "Naquela época, a gente se falava e depois do jogo eu fui dar um abraço nele. Ele virou para mim e disse: ‘Abraço o c..., sai pra lá. Foi engraçado".

Aquela goleada sobre o Brasil de Pelotas eliminou o time gaúcho e classificou a Portuguesa para a próxima fase do Nacional em um quadrangular que também contava com Internacional e Flamengo. Os dois eram amigos, mas em 2011, quando Felipão estava no Palmeiras e declarou que perderia um clássico só para salvar o emprego do colega, os dois romperam relações.

O treinador se recorda com carinho dos tempos em que defendia a Portuguesa. Tem a escalação na ponta da língua: Éverton; Mauro, Zequinha, Leís e Odinei; Beto, João Batista e Heriberto; Marinho Rã, Ramirez e Tite. "A gente tinha um timaço. Vocês mesmo da imprensa diziam que a Portuguesa era o melhor time de São Paulo. Melhor do que Corinthians, Palmeiras..."

Outra recordação do treinador é da sempre exigente torcida da Lusa. "O clube tinha mais de 100 mil sócios. Se a gente perdia um jogo, a Leões da Fabulosa (principal torcida organizada) já queria cortar o nosso pescoço."

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.