PUBLICIDADE

Publicidade

Torcedores fazem bonita festa no José Liberatti, em Osasco

Escoltas policiais e ameaças dão lugar às brincadeira e harmonia entre os fãs de Audax e Santos, na final do Campeonato Paulista

Por Daniel Batista
Atualização:

O clima de paz tomou conta do estádio Prefeito José Liberatti, em Osasco, e arredores. Era a decisão do Campeonato Paulista, mas parecia ser um jogo qualquer. Muita descontração, festividade e uma sensação de que os torcedores presentes na partida entre Audax e Santos estavam lá apenas para ver um bom futebol e devem ter saído do estádio satisfeitos com o empate por 1 a 1.

Ao contrário dos gritos de guerra, escoltas policiais e ameaças, corriqueiros em clássicos, muita brincadeira e harmonia entre os torcedores. Para os mais nostálgicos, em determinados momentos a partida lembrava os jogos do Juventus, cheio de torcedores de outras agremiações que vão a Rua Javari por serem simpatizantes do Moleque Travesso. 

Clima no estádio José Liberatti, em Osasco, era de alegria e harmonia entre as torcidas Foto: Alex Silva| Estadão

PUBLICIDADE

A reportagem do Estado presenciou muitas crianças e mulheres em torno do estádio. “Já que meu time não conseguiu chegar na final, viemos dar uma força para o Audax”, disse a corintiana Sueli Mendes.

O estádio fica localizado em uma região residencial de Osasco, o que permitiu presenciar cenas curiosas para um dia de final. Poucos metros de uma das entradas para torcedores, um homem lavava seu carro tranquilamente no quintal de casa, sem dar bola para a movimentação, tampouco os cavalos da polícia que estavam parados. Na casa ao lado, uma senhora oferecia vaga de garagem em sua casa pelo preço de R$ 30 enquanto assistia tranquilamente a um programa de TV. 

Nos arredores do estádio, uma mistura de torcida fez com que aquele clima bélico corriqueiro em decisões fosse esquecido. “Sou são-paulino e aproveitei a partida para vir ao estádio com meu pai, que é santista. Ainda não tivemos ainda a chance de assistir um clássico, porque é perigoso”, lamentou Robson de Souza.

Mas engana-se quem acha que o Audax não tem torcedor fiel. “Sou só Audax. Vim em todos os jogos em casa e só vou estar contente se formos campeões”, disse Bruno Rodrigues. 

Santistas e torcedores do Audax chegavam juntos ao estádio e ambulantes vendiam camisas dos dois times. “A gente vendia umas 10 ou 15 camisas por jogo. Só hoje já vendi umas 30 e ainda faltam umas horas para o jogo (era 14h45). Até pedi para irem buscar mais”, comemorou o vendedor Walmir, que esbanjava bom humor para convencer os torcedores. “Olha a camisa do Audax. Só R$ 40. Pega logo, porque se a gente vencer hoje vai virar R$ 100”, gritava.

Publicidade

PROMESSA Entre os torcedores chegando ao estádio com a camisa vermelha do Audax estava José Ferreira Neto, que foi assistir a partida com o genro, Almir, por causa de uma aposta. “Sou santista e na primeira fase prometi que se o Audax fosse para a final, eu levaria ele ao jogo e iria torcer para o Audax, mesmo se fosse contra o Santos”,contou, em gargalhadas. 

Único momento de maior tensão ocorreu no intervalo da partida, quando houve uma ríspida discussão entre um sócio do Audax e o ex-jogador Marcelo Silva, por causa de lugares no camarote. Após alguns gritos, cada um foi para o seu lado e tudo acabou em paz.

Na etapa final, Mike abriu o placar para o Audax e fez a alegria de corintianos, são-paulinos e palmeirenses. Além, claro, dos osasquenses. Mas Ronaldo Mendes deixou tudo igual e manteve a decisão em aberto.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.