PUBLICIDADE

Publicidade

Torcida da Ponte invade o gramado do Moisés Lucarelli após time levar virada

Torcedores da equipe de Campinas se revoltam com resultado que rebaixou o time para a segunda divisão

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A partida entre Ponte Preta e Vitória, neste domingo, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, começou com festa bonita da torcida do time da casa, mas por muito pouco não terminou em tragédia. Depois de abrir 2 a 0 no placar, a Ponte teve Rodrigo expulso, levou a virada e acabou rebaixada para a Série B. Inconformados, torcedores invadiram o gramado, perseguiram jogadores e entraram em confronto com a Polícia Militar.

Para o jogo, a diretoria do time campineiro vendeu ingressos a R$ 6, com R$ 3 a meia-entrada – foram quase 13 mil torcedores no estádio. A revolta começou com o terceiro gol do time baiano, aos 36 minutos do segundo tempo, quando parte da torcida derrubou o alambrado e invadiu o gramado.

Torcedor da Ponte é retirado do gramado do Moisés Lucarelli pela PM. Foto: Eduardo Carmim/Photo Premium/Gazeta Press

A atitude gerou pânico entre os jogadores das duas equipes que, temendo agressões, saíram correndo em direção aos vestiários. O mesmo aconteceu com o grupo de arbitragem. Dois jogadores da Ponte, Nino Paraíba e Luan Peres, foram abrigados pelos jogadores do Vitória no vestiário adversário.

Aranha foi cercado por oito torcedores que protestavam contra o resultado. O goleiro da Ponte Preta não correu para procurar proteção, bateu boca com os invasores e não foi agredido.

+ Mancini lamenta dizer que Vitória triunfou em 'uma verdadeira guerra'

Publicidade

A Polícia Militar agiu rapidamente. Parte correu para proteger a entrada dos vestiários de Ponte Preta e Vitória. Outros policiais cruzaram o gramado do Moisés Lucarelli e correram em direção ao setor do alambrado que havia sido derrubado para conter mais invasões. Cerca de 200 policiais foram destacados para trabalhar no jogo.

Os torcedores da Ponte Preta, que haviam entrado no campo, recuaram, e começaram a voltar para a arquibancada. Fez-se necessário o uso de cassetetes e bombas de efeito moral foram disparadas para intimidar os mais exaltados. O estádio foi sendo gradativamente esvaziado e pedaços de pedra e concreto foram jogados dentro do gramado.

O técnico do Vitória, Vagner Mancini, disse que dois jogadores se machucaram durante a fuga. André Lima torceu o joelho ao escorregar na escada de acesso. Já o meia Yago passou mal, sentiu náusea, e foi atendido pelos médicos do clube.

Torcedor da Ponte é imobilizado pela PM após invasão de campo. Foto: Denny Cesare/Código19

Após quase uma hora da invasão, o grupo de arbitragem se reuniu com representantes da CBF, da FPF, com a Polícia Militar e decidiu encerrar a partida, aos 39 minutos do segundo tempo. O motivo: falta de segurança. “O policiamento nos informou que não tem segurança, não tem condições de realizar o fim da partida”, disse Agnaldo Vieira, representante da Federação Paulista de Futebol no jogo.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Vagner Mancini concordou com a decisão do grupo de arbitragem e cobrou punição à Ponte Preta: “O que aconteceu aqui representa que as autoridades têm que sentar à mesa e entender que eles têm peso muito grande nisso. O futebol brasileiro não pode mais viver assim. A gente fica cansado de ser repetitivo. Falta bom senso, segurança. Não é possível vir fazer seu trabalho e ter a possibilidade de ser morto dentro de campo, ser pisoteado por uma torcida insatisfeita. Tem que ter mais segurança, leis que sejam aplicadas aos infratores”.

O presidente da Ponte Preta, Vanderlei Pereira, lamentou a invasão e a expulsão do zagueiro Rodrigo, ainda no primeiro tempo: “É muito triste o dia de hoje para a diretoria e para o bom torcedor. A expulsão do Rodrigo foi muito infantil. Não concordo com os atos de vandalismo. Poderia ocorrer morte, ferimento, crianças vão ficar traumatizadas”, lamentou.

A Ponte Preta abriu 2 a 0 com apenas com 15 minutos do primeiro tempo, gols de Lucca e Danilo Barcelos. Mas a expulsão do zagueiro Rodrigo, aos 20 minutos da etapa inicial, por ter agredido, ‘com a mão boba’, o atacante Tréllez, mudou a história do jogo. O Vitória cresceu na partida e, no segundo tempo, marcou três gols, com André Lima e Tréllez (duas vezes). O resultado manteve o time baiano fora da zona do rebaixamento.

Publicidade

FICHA TÉCNICA

PONTE PRETA 2 X 3 VITÓRIA

PONTE PRETA - Aranha; Nino Paraíba, Rodrigo, Luan Peres e Jeferson; Wendel (Renato Cajá), Elton, Danilo Barcelos e Léo Artur (Marllon); Lucca e Léo Gamalho (Felipe Saraiva). Técnico: Eduardo Baptista.

VITÓRIA - Fernando Miguel; Patric, Wallace, Kanú e Geferson; Uillian Correa, Ramon (Carlos Eduardo) e Yago; David (André Lima), Neilton (Danilinho) e Tréllez. Técnico: Vagner Mancini.

GOLS - Lucca, aos seis, e Danilo Barcelos, aos 15 minutos do primeiro tempo; André Lima, aos 12, Tréllez, aos 13 e aos 36 minutos do segundo tempo. 

ÁRBITRO - Ricardo Marques Ribeiro (MG).

CARTÕES AMARELOS - Jeferson, Danilo Barcelos e Wendel (Ponte Preta); Yago, Kanú, Geferson, Tréllez, Uillian Correa e Wallace (Vitória).

Publicidade

CARTÃO VERMELHO - Marllon (Ponte Preta).

RENDA - R$ 84.313,00.

PÚBLICO - 11.682 pagantes (12.862 presentes).

LOCAL - Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.