Inconformado com a péssima campanha do time na Libertadores da América e no Torneio Rio-SP, um grupo de aproximadamente 40 torcedores, integrantes da torcida Raça Rubro-Negra, invadiu a sede social do Flamengo, na Gávea. Por volta das 16h30, o grupo interrompeu o treinamento comandado pelo técnico João Carlos, e disparou 17 morteiros de 12 tiros cada em direção ao gramado. Alguns dos torcedores levavam nas mãos extintores de incêndio. O goleiro Julio César foi agredido. Assustados, os jogadores não tiveram outra alternativa senão correr para os vestiários, onde o meia Juninho Paulista teve uma crise nervosa. O único que não conseguiu entrar nos vestiários, foi o goleiro Júlio César. Ele tentou conversar com os torcedores, mas acabou sendo agredido com dois tapas. "Conheço alguns deles e tentei interceder." O goleiro disse que não pretende dar queixa na delegacia, mas a diretoria, registrou queixa na 14a. DP no bairro do Leblon, zona sul do Rio. Os outros jogadores não foram atingidos, mas estão temerosos. O lateral esquerdo Athirson disse que é melhor o time não entrar em campo no próximo domingo, contra o América, pelo Torneio Rio-São Paulo. "Se não tiver segurança é melhor não entrarmos em campo", disse o jogador. Havia poucos seguranças no clube, e os torcedores se aproveitaram disso para invadir as dependências da Gávea pelo portão de estacionamento, por onde também fugiram. O chefe da segurança, identificado apenas por Pinheiro, e um segurança conhecido como Paulo, registraram queixa na polícia por furto, já que na confusão perderam objetos pessoais. Praticamente eliminado da Copa Libertadores da América e mergulhado numa crise financeira sem precedentes, o clube está ameaçado de ficar sem jogar pelo restante do primeiro semestre. Se ficar fora da Libertadores, da qual depende de um milagre, o Flamengo ficará sem novas receitas até o mês de agosto. À beira da falência, o clube carioca possui dívidas de R$ 10 milhões e deve três meses de salários atrasados aos funcionários. A péssima campanha do clube carioca se estende também para o Torneio Rio-São Paulo onde é o antepenúltimo colocado, e o Campeonato Estadual, no qual ocupa a penúltima colocação. O presidente Edmundo Santos Silva prometeu uma entrevista coletiva para falar sobre os incidentes na Gávea. Silva sofre pressões de dirigentes oposicionistas que preparam um processo de impeachment ao conselho deliberativo.