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Treinadores defendem base e êxodo de jogadores menor

Luxemburgo e Zico condenam pressão nos jogadores e mostram o caminho para tirar o futebol brasileiro do poço

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Por Redação
Atualização:

O futuro do futebol brasileiro está no divã, assim como os jogadores da seleção estiveram até antes de o time dar adeus à possibilidade de ficar com o título da Copa. Alguns treinadores gostariam de ser ouvidos. Eles trazem ideias e defendem a necessidade de uma reformulação urgente. 

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Vanderlei Luxemburgo entende que o caminho é por baixo, com investimento nas bases, de modo a formar novamente jogadores capazes de resgatar o estilo de jogo do futebol brasileiro. Ele é contrário à debandada de garotos com idades cada vez menores para times da Europa, como ocorreu com boa parte dos jogadores da seleção brasileira. Sabe que é difícil segurar os talentos por causa da questão financeira, mas imagina que os clubes do País possam reverter essa condição de sempre "passar o pires" e se tornem associações fortes economicamente, capazes de dar ao atleta brasileiro o que ele busca lá fora. 

"Precisamos também parar de importar estilos de jogos. Temos de resgatar o futebol brasileiro, com sua ginga e inteligência. É preciso trabalhar a tática e entender a movimentação dos adversários em campo, mas sem mudar nossas características. Essa coisa de defender o futebol de força não dá mais."

Treinadores pregam mudanças profundas no futebol brasileiro Foto: Alex Silva/Estadão

Da mesma forma, Zico também pede mudanças. O treinador alerta para o fato do empobrecimento do futebol brasileiro desde muito tempo, mas mostrado ao mundo primeiro na derrota de 8 a 0 do Santos para o Barcelona no amistoso que marcou a estreia de Neymar na equipe espanhola. 

"É hora de começar do zero, de calçar as sandálias da humildade. Já tínhamos levado aquela chinelada do Barcelona no Mundial da Fifa, contra o Santos, mas a sapatada diante dos alemães, numa Copa do Mundo, doeu mais. Quando o Santos perdeu aquela decisão, lembro que pelo menos o Neymar disse que tínhamos tomado uma aula de futebol. Agora, só ouvi dizerem que foi uma pane de seis minutos, que perder de um ou de sete é a mesma coisa, mas não dá para aceitar", criticou Zico. 

Zico condena ainda a pressão que jogaram nas costas dos jogadores, fazendo com que eles sentissem o golpe. "Não podia ser assim. Só a seleção brasileira não curtiu a Copa."

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