Uruguaios entram na polêmica sobre mordida de Suárez

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Por Redação
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A polêmica corre solta no Uruguai após a mordida do atacante Luis Suárez em um zagueiro italiano durante a Copa do Mundo, dividindo a população de um país fanático por futebol entre aqueles que defendem o ídolo e os que sentem vergonha. Mas todos concordam em algo: o temor de que o atacante acabe fora do Mundial se a Fifa resolver puni-lo. Em Montevidéu, a euforia das pessoas que agitavam a bandeira uruguaia após a vitória de 1 x 0 sobre a Itália, que na terça-feira garantiu a classificação da "celeste" para as oitavas de final, misturou-se ao final da tarde com os comentários condenando a atitude de Suárez em campo. "É um problema que ele tem e que faz todos os uruguaios ficarem mal... Dá pra ver que esse rapaz não consegue controlar o impulso de morder e agredir", disse Luis Lara, um comerciante de 52 anos. Imagens de TV mostraram o atacante do Liverpool cravando os dentes no ombro esquerdo do italiano Giorgio Chiellini durante uma jogada e logo depois se jogando no chão com feições de dor. O membro do comitê executivo da Fifa Jim Boyce garantiu à Reuters que o organismo iria investigar o incidente e "tomar as ações disciplinares que considere necessárias." "Não pudemos acreditar que estivesse fazendo de novo. Isso complica a todos nós se punirem ele por causa disso, gera um pouco de medo do que pode acontecer agora", disse Juan Santesteven, de 33 anos. Mas as vozes de apoio também se fizeram presentes. "É uma partida que precisávamos ganhar e, sim, se tem que se agarrar se agarra e se tem que morder se morde. É a garra 'charrúa'. Fazemos tudo que for possível e nos classificamos", disse Bárbara Giordano, estudante de direito de 26 anos. Nas redes sociais proliferam as imagens e os comentários ironizando a classificação uruguaia. "Não houve mordida, isso é o que diz a imprensa para eliminar Suárez. Os dentes de (Suárez) tocaram o cotovelo e as marcas (em Chiellini) foram feitas com as unhas. Ser golpeado por uma cotovelada é pior do que uma mordidinha, é como qualquer outra infração", opinou Pablo Dilan, um gráfico de 38 anos. "Não me dá vergonha como uruguaia, importa mais a vitória do Uruguai", disse Teresa Mascheroni, uma dentista de 59 anos. (Reportagem de Irene Schreiber)

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