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São só 5 rodadas. Mas a turma favorita no Brasileiro ocupa a parte de baixa da classificação

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Por Antero Greco
Atualização:

O Brasileirão é uma enorme, imensa, incomensurável curtição. É o único campeonato no mundo que, em poucas rodadas, consegue derrubar qualquer princípio lógico de análises e projeções. Basta olhar a classificação e constatar. Apenas o Grêmio, dentre os times que compõem o quinteto daqueles apontados previamente como fortes candidatos ao título, ocupa posição de destaque. O Cruzeiro aparece em 12.º lugar, e o trio mais badalado flerta com a zona do tumulto: Fla (14.º), Atlético (15º) e Palmeiras, o campeão atual, (16.º). Claro, o torneio está no início, cada equipe disputou só cinco jogos, não computados os deste sábado. Haverá ainda longa caminhada até todo mundo entrar em campo 38 vezes. Mas, a esta altura, na Espanha certamente Real e Barcelona estariam na ponta, assim como a Juventus mandaria na Itália, o Bayern já dispararia na Alemanha, enquanto Porto e Benfica duelariam em Portugal. Numa eventualidade de praxe, haveria alguma surpresa.  Nestas abençoadas e bagunçadas bandas, por ora quem dá as cartas são Corinthians, Coritiba, Chapecoense, Fluminense, Bahia, São Paulo... Nada contra eles, absolutamente! Com exceção da brava agremiação catarinense, todas as demais já levantaram o troféu nacional – algumas até diversas vezes. Trata-se de constatação, registro óbvio escancarado pelos números, com ligeiro vislumbre de tendência. Não se está a apresentar nenhuma verdade definitiva e imutável. Ao contrário. Em certames do gênero, nos quais pesam regularidade e elenco, sempre haverá os “cavalos paraguaios”, os times que largam com força máxima e perdem fôlego à medida que o tempo passa.  Para os mais exigentes, a desordem na tabela é prova peremptória do baixo nível da Série A verde-amarela. A alternância no topo, a gangorra do meio para baixo, apenas reforçam a tese de que não temos esquadrões, mas um balaio de gatos pingados. Faz sentido. No entanto, do ponto de vista da emoção – e friso emoção – , seguir a bolinha rolar no lado de cá se torna mais divertido e imprevisível do que os magníficos e milionários embates na Europa, onde um Verona, um Leicester, um La Coruña campeão são uma vez na vida outra na morte. No mais, sempre os mesmos... Por favor, não veja como ode ao nível rasteiro, tampouco conformismo e cobrança modesta. Antes, como mais um indício de que a distribuição de forças no Brasil é diferente de outros lugares – pelo tamanho do país, pelo número de habitantes, pela quantidade de equipes com apelo popular e potencial de conquistas. Enfim, seria contrassenso e estúpido imaginar que devam vingar aqui duas, três, quatro, no máximo cinco equipes de ponta. Seria o caos. 

Majestoso.

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Outro exemplo da dinâmica do que se passa nesta parte do Atlântico é o clássico entre Corinthians e São Paulo. Um mês e meio atrás, jogaram pelo Paulista e deu empate (1 a 1), que garantiu a turma alvinegra na decisão. Naquele momento, buscavam afirmação porque haviam amargado, dias antes, eliminação na Copa do Brasil. Pairava tensão no ar.

Desta vez, topam-se em Itaquera com bom astral. O Corinthians lidera, com 13 pontos, e desanda a fazer gols. O São Paulo tem 9 e emite sinais de recuperação. Ambos venceram no meio da semana, os treinadores ou estão em alta (Carille) ou vivem fase mais serena (Ceni).

Os corintianos estão um degrau acima, pois o técnico consegue manter o esquema, independentemente de baixas de titulares. Há regularidade no desempenho e mais confiança para atirar-se ao ataque, como se viu nos 5 a 2 sobre o Vasco. Ceni mantém a busca pela melhor formação, sofre mais com as vendas de jogadores e testa variações estratégicas, no momento mais voltado para a defesa. Promessa de jogo movimentado.

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