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Anac tinha pedido de voo Lamia com parada em Cochabamba

Solicitação previa o uso de aeronave modelo "RJ85"

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Por Fernando Nakagawa
Atualização:

O Sistema Integrado de Informações da Aviação Civil da Agência Nacional de Aviação Civil tem dados sobre o pedido de um voo charter solicitado pela companhia aérea Lamia Corporation SRL para segunda-feira, 28, entre São Paulo e a cidade colombiana Rio Negro com parada na Bolívia. A documentação da Anac, porém, mostra que a solicitação era de um voo com parada na cidade boliviana de Cochabamba e não em Santa Cruz de la Sierra – cidades que ficam a 320 quilômetros de distância. O pedido, de acordo com a ANAC, foi negado com base no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer) e na Convenção de Chicago, que trata dos acordos de serviços aéreos entre os países. O acordo com a Bolívia, país originário da companhia aérea Lamia, não prevê operações como a solicitada.

De acordo com os dados do sistema da Anac, a solicitação número LMI-2016013163-002 foi feita pela Lamia para um voo charter com previsão de saída de Guarulhos, em São Paulo, às 15h de segunda-feira (28) e chegada às 18h na cidade de Cochabamba, na Bolívia. Após a parada na cidade boliviana, o voo decolaria uma hora depois, às 19h, com chegada estimada na localidade colombiana de Rio Negro às 23h. Rio Negro é o aeroporto que atende a região de Medellín. 

Aeronave que transportava time da Chapecoense cai na Colômbia Foto: Reprodução/ Twitter

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A solicitação inscrita no banco de dados da Anac prevê o uso de uma aeronave modelo RJ85 com matrícula 2933. Os dados coincidem com o avião usado pela Chapecoense: modelo Avro Regional Jet 85 matrícula CP2933. Os dados da Anac mostram ainda que a solicitação tem status de "restrição corrigida".

Segundo dados do sistema aeronáutico Circle Mapper, 1.850 quilômetros separam Guarulhos de Santa Cruz de la Sierra e outros 2.960 quilômetros estão entre a cidade boliviana e Rio Negro, na região de Medellin. Já o voo com os aeroportos citados no sistema da Anac tem como distâncias 2.159 quilômetros entre São Paulo e Cochabamba e outros 2.800 quilômetros entre Cochabamba e Rio Negro.

Veja o trajeto do vooaqui. Foto: Reprodução/Flight Radar 24

Procurada, a assessoria de imprensa da Anac ainda não explicou o significado da "restrição corrigida" no banco de dados nem a razão de o voo usado pela equipe catarinense ter usado o aeroporto de Santa Cruz de la Sierra e não Cochabamba como local de parada técnica. Os aeroportos de Santa Cruz e Cochabamba estão distantes em cerca de 320 quilômetros.

NOTA OFICIAL

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informa que a empresa boliviana Lamia Corporation solicitou autorização de voo à ANAC para o transporte do time de futebol Chapecoense que faria um torneio na Colômbia. O voo partiria do Brasil para a Colômbia, na segunda-feira, 28/11, segundo a solicitação. O pedido foi negado com base no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer) e na Convenção de Chicago, que trata dos acordos de serviços aéreos entre os países. O acordo com a Bolívia, país originário da companhia aérea Lamia, não prevê operações como a solicitada.

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Complementando a negativa do pedido, a ANAC informou ao solicitante do voo que o transporte poderia ser realizado por empresa aérea brasileira e/ou colombiana, conforme a escolha do contratante do serviço, nos termos dos acordos internacionais em vigor. A ANAC se solidariza com os familiares das vítimas do acidente ocorrido nesta madrugada, 29/11, com o time da Chapecoense, nas proximidades de Medellín, na Colômbia.

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