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André Brasil 'dá troco' em Phelipe Rodrigues e fatura ouro nos 100m livre no Mundial

Paratleta havia sido derrotado pelo compatriota um dia antes, nos 50 metros livre na categoria S10

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Por Rafael Franco
Atualização:

Um dia depois de ter sido derrotado por Phelipe Rodrigues na final dos 50 metros livre categoria S10 do Mundial Paralímpico de Natação, André Brasil "deu o troco" no compatriota na decisão dos 100 metros da mesma classe neste domingo à noite, na Piscina Olímpica Francisco Marquez, na Cidade do México, onde conquistou a medalha de ouro com certa facilidade ao terminar a disputa com mais de meio segundo de vantagem sobre o seu compatriota, que ficou com a prata.

André terminou a prova em 52s60, enquanto Phelipe fechou a disputa em segundo lugar, com 53s24. Já o espanhol David Levecq faturou o bronze com o tempo de 56s19. O ouro também fez o nadador que leva o nome do País no seu sobrenome manter a hegemonia nesta prova em Mundiais Paralímpicos desde quando começou a disputar a competição.

André Brasil consola Phelipe Rodrigues após ouro no Mundial. Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB

Assim, o velocista, que tem apenas uma pequena sequela na perna esquerda que foi resultado de uma poliomelite que teve com apenas três meses de idade, passou a ser o pentacampeão mundial desta prova, na qual também subiu ao topo do pódio em Durban-2006, Eindhoven-2010, Montreal-2013 e Glasgow-2015, que foram os palcos das últimas edições anteriores do grande evento nestes respectivos anos. 

André também alcançou o seu terceiro ouro neste Mundial em solo mexicano, onde já havia triunfado nos 100m costas S10 e no revezamento 4x100m masculino 34 pontos (que é a somatória dos pontos das categorias dos quatro nadadores que formam o quarteto de cada país) junto com a equipe brasileira, em duas provas realizadas na noite de sábado.

Na disputa anterior que travou com Phelipe, André teve de se contentar com a prata ao perder o ouro dos 50 metros livre ao ser superado por pouco na final, sendo que a prova marcou o primeiro título de seu compatriota na história da competição.

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Com ocorreu após a conquista do seu primeiro ouro neste Mundial, André Brasil se emocionou bastante ao comemorar o seu feito na entrevista coletiva que concedeu após o triunfo. Prestes a terminar um ano em que enfrentou vários problemas pessoais, conforme ele mesmo revelou sem entrar em detalhes sobre os mesmos, o carioca de 33 anos de idade não conseguiu segurar as lágrimas.

"Queria ter mais tempo para aproveitar o meu filho, mas estou aqui fazendo o meu trabalho. Hoje consegui trocar um minuto de prosa com o meu filhote. Só queria que ele soubesse que eu o amo demais. Trocaria cada medalha que eu tenho por estar sempre com ele. Não foi um ano fácil. Só preciso me encontrar. Vou voltar para o Brasil depois do campeonato, não vou ter férias. Não é o momento de pausa e sim de resgatar forças internas", disse o nadador, que destacou ainda o fato de que ele não só manteve a hegemonia nesta prova dos 100m, mas também repetiu a dobradinha brasileira com o companheiro de seleção.

“Cada braçada, cada prova tem sido um momento singular. Eu sempre acreditei que este seria o Mundial para fazer algo diferente. Faça feio ou faça bonito, hoje eu toquei na frente, assim como ocorreu ontem (sábado), com o Phelipe batendo em primeiro, mas o importante é que a dobradinha brasileira continua”, disse André.

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Phelipe, por sua vez, exibiu certo conformismo com o segundo lugar nos 100 metros, embora tenha admitido que almejava o primeiro lugar também nos 100m. "Em nenhum momento pensei que não daria para ganhar o ouro, em todo o momento eu pensei que era possível até eu tocar na borda. Mas tenho certeza que não fiz os primeiros 50 metros no tempo que gostaria de fazer, mas acabei sentindo o cansaço de ontem (sábado), quando teve atraso na programação da competição e eu acabei indo dormir mais de meia-noite, tentando fazer trabalho de alongamento e isso, o cansaço que senti, se acumulou", disse o nadador pernambucano, em entrevista ao Estado pouco depois da prova deste domingo.

O recifense ainda enfatizou que essas duas medalhas seguidas obtidas nos 50m e nos 100m o deixaram mais confiante para almejar grandes feitos neste ciclo que visa principalmente os JOgos Paralímpicos de Tóquio. "O que mudou é que acredito muito mais em mim e que eu posso ir muito mais além do que o Phelipe que chegou aqui achava que poderia chegar. Estou muito confiante para 2020 e com grandes expectativas", avisou. 

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