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Após depoimento, Joanna Maranhão quer quebrar 'ditadura' na CBDA

Nadadora teme vitória da chapa da situação em eleição presidencial

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Por Nathalia Garcia
Atualização:

Conhecida por sua visão crítica em relação aos comandantes da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Joanna Maranhão foi uma das atletas que prestaram depoimento em investigação conduzida por Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU) sobre as suspeitas de fraudes na entidade. "Fui umas das depoentes. Não sei se foi em 2015 ou 2016, mas falei tudo aquilo que sempre disse desde 2006", explicou a nadadora, que se diz aliviada depois de "11 anos gritando sozinha" contra possíveis irregularidades da entidade. 

Nesta quinta-feira, a operação Águas Claras resultou na detenção do presidente da CBDA, Coaracy Nunes, do diretor financeiro Sérgio Ribeiro Lins de Alvarenga, e do coordenador de polo aquático, Ricardo Cabral. O superintendente da CBDA, Ricardo de Moura, deve se apresentar nesta tarde à PF.

"Quebrar uma ditadura vai muito além. Tudo o que está aparecendo agora não é um choque para ninguém. Se alguém falar que está chocado com isso, vai estar mentindo. É uma coisa que todo mundo sabia. O crucial agora é focar na eleição, é a nossa chance de mudar. Se a chapa de Sérgio Silva e Marcelo Amin ganha, é mais do mesmo por mais quatro anos", afirmou Joanna.

A atleta, que apoia a oposição representada por Miguel Cagnoni, presidente da Federação Aquática Paulista, na eleição presidencial, teme a perpetuação dos discípulos de Coaracy Nunes nesse momento de reconstrução dos esportes aquáticos. Para a nadadora, essa é a "chance de mudança".

"A gente vai ter de recomeçar do zero, trazer uma reputação de novo para nossa confederação, mais importante agora é que daqui a pouco mais de um mês vai ter uma eleição e a chapa da situação ainda está com a maioria dos votos. Não está na hora de uma mudança? Está todo mundo clamando por mudanças." 

A preocupação da nadadora é com o futuro. "Nesse momento, o importante é o que vai ser feito daqui para frente. Qual vai ser o impacto de mudança para a gente? Essa é a pergunta que todo mundo precisa fazer. Uma reflexão interna. O que eu fiz para contribuir com isso ainda que fosse com o meu silêncio?", questiona.