O atraso na premiação pela conquista do bronze no tae-kwon-do nos Jogos do Rio-2016 já prejudica a preparação do lutador Maicon Andrade para a Olimpíada de Tóquio, em 2020. O lutador de 23 anos usaria os quase R$ 24 mil - premiação de R$ 12,5 mil da medalha somada ao reembolso de uma viagem feita ao Irã no primeiro semestre - para participar dos primeiros torneios após os Jogos do Rio.
As competições na Rússia, no mês passado, e nos Estados Unidos, em outubro, contam pontos para o ranking mundial. Sem recursos, Maicon perdeu os dois primeiros torneios. Os Jogos do Rio terminaram no dia 21 de agosto.
"Eu já saio atrás dos outros competidores. Poderia começar o ano no alto do ranking, mas já estou prejudicado", afirmou o lutador, em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, em São Caetano do Sul.
O valor também seria utilizado para a compra de equipamentos e para seus gastos pessoais. A láurea obtida por ele foi somente a segunda do Brasil na história olímpica da modalidade: em Pequim-2008, Natália Falavigna também havia conquistado o bronze.
A premiação que deveria ser repassada ao atleta pela Confederação Brasileira de Tae-Kwon-Do (CBTk) vem do acordo de patrocínio com a Petrobrás. A entidade já recebeu os valores no mês de setembro, mas não os repassou ao atleta. A entidade encaminhou um e-mail para o lutador na manhã desta quinta, após o anúncio da entrevista coletiva do atleta, pedindo a sua presença para tratar de assuntos do seu interesse.
A entidade está praticamente paralisada. Carlos Fernandes foi afastado do cargo de presidente desde o dia 24 de agosto pelo Ministério Público por suspeitas de fraudes em licitações, desvio de verba pública e corrupção. Um interventor será nomeado para assumir provisoriamente o cargo.