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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Bombeiros

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Por Antero Greco
Atualização:

Já reparou como tem treinador que aparece em clubes sempre na hora da crise? Muitas vezes não iniciam o ano a comandar programação definida, nem encabeçam projetos - palavrinha tão banalizada no futebol. Não é raro que estejam desempregados, à espera do primeiro abalo mais grave em algum clube tradicional. Apertou o calo, dirigentes se voltam para eles. Leão é um dos especialistas na função de bombeiro; apaga incêndio e, em seguida, volta ao ficar de prontidão. Dois reforçaram, recentemente, esse batalhão especial: o veterano Joel Santana e o já experimentado Dorival Júnior, com currículo menos extenso. Papai Joel andava à deriva, a faturar com publicidade, e voltou a cena com a missão de recolocar o Vasco na Série A. O ex-volante passou período de repouso desde a saída do Flu em 2013 e saiu da toca com a tarefa ingrata de evitar o terceiro rebaixamento do Palmeiras na Série A. A empreitada de nenhum dos dois é amena, pois requer resultados imediatos, sem direito a erros. Nem poderia ser diferente, já que assumem o emprego com tal objetivo. Espera-se deles solução mágica para injetar ânimo e confiança em elencos abalados. E em curtíssimo prazo, assim como os contratos que assinam. A projeção óbvia indica o retorno do Vasco à elite. A salvação do Palmeiras requer cautela. Não me atrevo a dar pitaco nas escolhas profissionais de ninguém. Cada um sabe onde lhe aperta o calo e tem contas para pagar, família para tocar. Apareceu chance de emprego, decidem se vale a pena ou não. Por um lado, talvez recebam boa bolada, porque trabalham com a apreensão dos times. Por outro, correm o risco do estigma de trabalho de fôlego curto, com a possibilidade de ficarem encostados por mais tempo do que outros colegas. Há treinadores que driblam situações semelhantes - e também não lhes tiro a razão. Tempos atrás, Tite abordou o tema e admitiu que, em certa altura da carreira, temeu ficar com essa fama. Pesou prós e contras e concluiu que só toparia ofertas para experiências com começo, meio e fim. Caso contrário, preferia descansar. Mais ou menos com tem feito no momento. Em maior ou menor grau, vida de técnico não se caracteriza por estabilidade e rotina. A maioria encara ofertas com a ilusão de que desenvolverá programação de longa duração; poucos obtêm sucesso, o habitual é a vida cigana. Na Série A de 2014 o mais longevo é Marcelo Oliveira, que está à frente do Cruzeiro desde o ano passado. Muricy Ramalho vem em seguida, após o retorno ao São Paulo também em 2013. Duelo quente. Por falar em Marcelo e Muricy, o jogo quente da rodada deste final de semana está marcado para o Morumbi. São Paulo e Cruzeiro fazem uma das finais antecipadas que campeonatos por pontos corridos permitem. O teste serve para ambos, porém mais decisivo para os paulistas, por lutarem diretamente contra o líder. A oportunidade de encurtar distância ou de vê-la aumentar em caso de tropeço. Há pressão no Tricolor. As duas equipes têm pontos positivos. O Cruzeiro aposta no conjunto, forte e completo com o retorno de convocados para seleções. A autoconfiança é outro fator favorável aos mineiros - e que não se confunda com presunção. O São Paulo cresceu com o retorno de Kaká e com a contratação de Alan Kardec. Melhorou o jogo, acariciou a autoestima. Dia para Morumbi com grande público, dia de final, por que não?Bem-amados. A propósito de casa cheia: tomara que multidão tome o Maracanã hoje para o clássico entre Flamengo e Corinthians, rivais na preferência nacional - ou pelo assim indicam pesquisas a respeito das maiores torcidas do País. O Flamengo patinhou até a metade do primeiro turno, frequentou zona de rebaixamento, segurou lanterna, ressurgiu e voltou a perder (duas em seguida). O Corinthians dá derrapadas, com os empates, mas segue com esperança de título.

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