A cerimônia de abertura dos XI Jogos Sul-Americanos ocorre neste sábado, às 20h, no estádio Félix Capriles, em Cochabamba, e a delegação brasileira, composta por 316 atletas, tem a missão de garantir o máximo de vagas possíveis para os Jogos Pan-Americanos de Lima, que será realizado no próximo ano. São 12 modalidades que servem de seletiva para o Pan: atletismo, boliche, ciclismo, handebol, hóquei sobre grama, caratê, natação, pentatlo moderno, rúgbi, tiro esportivo, triatlo e wrestling.
+ Luan Oliveira supera obstáculos e vira aposta para os Jogos de Tóquio, em 2020
“Nossa expectativa é a melhor possível. O principal objetivo é buscar as classificações para o Pan e estamos confiantes de que vamos atingir esse objetivo. A tendência é que sim, mas sabemos que não é a única chance, até porque muitas modalidades terão outras seletivas”, explicou Marco Antônio La Porta, vice-presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e chefe da delegação na Bolívia.
Ao mesmo tempo que uma das exigências do COB foi que as confederações nacionais apostassem em jovens promessas, por outro lado algumas estrelas estarão presentes em Cochabamba, como o campeão olímpico Arthur Zanetti, da ginástica artística, e Isaquias Queiroz, da canoagem velocidade, dono de três pódios nos Jogos do Rio, Maicon Andrade (taekwondo), Deonise Fachinello, campeã mundial com a seleção feminina de handebol, e os caratecas Douglas Brose e Valéria Kumizaki, que será a porta-bandeira do Brasil.
Esta é a segunda vez que os Jogos Sul-Americanos são disputados na Bolívia. A primeira edição do evento foi em La Paz, em 1978, e a última, em Santiago, em 2014, teve o Brasil como campeão no quadro de medalhas. Desta vez, manter a hegemonia está em segundo plano. “Nosso foco é na classificação para o Pan, não nos preocupamos com quadro de medalhas”, disse La Porta, lembrando ainda que houve uma recomendação para que os atletas jovens tivessem espaço na delegação.
O dirigente, inclusive, elogiou a estrutura em Cochabamba, que fica a 2.574 metros acima do nível do mar. “Fomos surpreendidos positivamente. Viemos com uma certa preocupação, mas a Vila dos Atletas é muito boa e as instalações esportivas possuem padrões excelentes”, afirmou La Porta, ciente de que o Brasil pode fazer um bom papel diante dos outros países sul-americanos.
Aproximadamente 4.350 atletas de 14 países estarão no evento, que terá 49 modalidades (Brasil tem representantes em 35 delas) e 376 provas. Serão utilizadas 43 instalações esportivas e mesmo antes da cerimônia de abertura muita gente já estará em ação. Na manhã deste sábado, modalidades como badminton, boliche e vela já estarão em competição.
A seleção de badminton tem jogadores de bom potencial, como Fabiana Silva, Luana Vicente, Artur Pomoceno e Ygor Coelho. A competição está prevista para começar às 10h (horário de Brasília). Ao mesmo tempo, Juliana Duque e Rafael Rizzat vão estrear na classe Snipe. Já em La Paz, Marcelo Suartz e Renan Zoghaib competem no boliche.
O COB vê com bons olhos a participação brasileiro no evento, até porque coloca atletas em ritmo de competição contra outras nações, mas em um evento de menor expressão. Isso tudo vai ajudar a dar bagagem para os novatos do Time Brasil. “É sempre mais desafiador, mas é importante dar experiência aos jovens, aos técnicos e até aos oficiais. Como é um evento de menor porte, a pressão também é menor”, lembrou La Porta.
Antes de entrar no COB, ele era presidente da CBTri (Confederação Brasileira de Triatlo) e tinha tido experiência em eventos esportivos na sua modalidade. Agora está do outro lado. “Ser chefe de missão é um aprendizado. A possibilidade de ser chefe permite conhecer mais ainda a equipe do COB”, contou o dirigente.