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Brasil vira no fim e é penta no Mundial Feminino de Futsal

Seleção chega a estar perdendo por 3 a 1, mas marca três gols nas portuguesas e fica com o título em torneio disputado na Costa Rica

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Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan
Atualização:

Com uma virada sensacional nos minutos finais de jogo, o Brasil derrotou Portugal por 4 a 3 no início da madrugada desta terça-feira e conquistou o pentacampeonato do Torneio Mundial Feminino de Futsal, que foi disputado na Costa Rica. As destaques do jogo foram a ala Vanessa, autora de dois gols, e Amandinha, que marcou o gol do título no último minuto.

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O resultado coroa uma campanha impecável, marcada por cinco vitórias nos cinco jogos que o Brasil disputou na competição. O título ainda premia uma seleção que, por muito pouco, não ficou de fora da disputa por falta de apoio financeiro da Confederação Brasileira de Futsal (CBFS).

Na decisão, o Brasil entrou em quadra como favorito e se impôs na etapa inicial. Com bom toque de bola e insistência nas triangulações, a seleção brasileira passou praticamente todo o primeiro tempo tendo a iniciativa de ataque. Amandinha, pela esquerda, e Cilene, pela ala direita, tentavam abrir espaço, enquanto Vanessa tinha liberdade de movimentação pela quadra.

Jogadoras brasileiras vibraram muito com o título conquistado nos últimos minutos Foto: Divulgação

A marcação portuguesa, contudo, era implacável. O time se mantinha todo na defesa e explorava os contra-ataques subindo em bloco. Melissa, a principal jogadora do time, não se furtava a chutar a gol sempre que surgia uma oportunidade, obrigando Jozi a fazer inúmeras defesas no primeiro tempo.

O placar foi aberto por Vanessa num golaço. A ala brasileira recebeu bom passe pela esquerda, colocou a bola entre as pernas da marcadora e chutou colocado, com a bola tocando o poste direito e entrando. Ainda no primeiro tempo, porém, as portuguesas empataram. Após erro na saída de bola do Brasil, Carla recebeu passe na linha de fundo e, livre de marcação, chutou cruzado, sem chances de defesa para Jozi.

Na etapa final o jogo ficou mais difícil. Portugal avançou a marcação e passou a dificultar a saída de bola do Brasil. Nos primeiros dez minutos, o time português inclusive concluiu mais a gol do que a seleção brasileira. O time lusitano chegou à virada em chute de Inês da entrada da área, após rebote da goleira Jozi. E, para piorar, a capitã brasileira, Tati, foi expulsa pouco depois ao matar um contragolpe. Com uma jogadora a mais, as portuguesas foram para cima e ampliaram para 3 a 1, através de Ana Gomes.

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Sem poder de reação, o técnico Eder Popiolski decidiu colocar Jessiquinha como goleira-linha nos minutos finais. O time brasileiro demorou a se soltar com a goleira-linha, perdendo segundos preciosos na troca de passes à frente da área. Faltando dois minutos, porém, Amandinha chutou cruzado e a bola desviou em Ana Gomes: 3 a 2.

Pouco depois, Vanessa roubou a bola no meio da quadra e partiu para o gol de empate quando foi agarrada por Ana Gomes, que também foi expulsa. Na cobrança de falta, a ala brasileira chutou com muita categoria e deixou tudo igual no marcador. O gol do título acabou vindo no último minuto, quando Amandinha pegou rebote na entrada da área e chutou no canto direito.

PARTICIPAÇÃO ESTEVE AMEAÇADA

A conquista deste ano foi bem mais difícil que a das quatro primeiras edições, e começou muito antes de a bola rolar na quarta-feira passada. Isso porque a participação da seleção brasileira no Mundial esteve seriamente ameaçada e só foi confirmada no prazo final para inscrição.

Alegando falta de verbas para bancar os custos da viagem e preparação, a CBFS chegou a anunciar, em novembro, que o Brasil não disputaria o torneio. Após pressão, a entidade voltou atrás e deu uma semana de prazo para que as próprias atletas conseguissem levantar os recursos.

As jogadoras, então, lançaram uma campanha de arrecadação nas redes sociais. Atletas da seleção masculina fizeram uma vaquinha e juntaram R$ 10 mil. O montante arrecadado, contudo, ficou bem distante dos R$ 180 mil necessários para a viagem à Costa Rica.

O imbróglio chegou à Brasília, e foi citado em reunião da Comissão de Esporte da Câmara pelo deputado federal Romário. Sem tempo hábil para tentar levantar recursos junto ao Governo, o secretário de Futebol e Defesa dos Direitos do Consumidor do Ministério do Esporte, Toninho Nascimento, passou a atuar nos bastidores em busca de patrocínios. No fim, o banco Itaú se dispôs a bancar a seleção, oferecendo inclusive um período de quatro dias de preparação na cidade de São Caetano do Sul.

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