PUBLICIDADE

Publicidade

Brasileiro Fabiana Beltrame conta que filha a ajudou em ouro inédito no remo

Alice a fez mudar de categoria, e ela conseguiu entrar para a história do esporte

Por Valeria Zukeran
Atualização:

SÃO PAULO - Um conjunto de acasos ajudou a criar Fabiana Beltrame, que nesta sexta-feira se tornou a primeira brasileira campeã mundial de remo, na categoria single skiff leve, em Bled, na Eslovênia. Não fossem os passeios na Avenida Beira Mar, em Florianópolis, jamais teria conhecido o esporte. E não fosse a gravidez da filha Alice, há dois anos, nunca teria mudado para a categoria que a fez entrar para a história ao cruzar a linha de chegada da prova de 2 mil metros à frente das adversárias com o tempo de 7min44s58."A prova foi perfeita. Saí na frente e nos 1.500 metros já havia aberto quase seis segundos em relação à segunda colocada", contou Fabiana, por telefone, ao 'Estado'. "No entanto elas '(as adversárias)' foram tirando a diferença e achei que alguém iria me alcançar. Felizmente elas não conseguiram e depois da linha de chegada foi só alegria. Na premiação, fiz questão de levar Alice '(a filha de dois anos)'." A medalha de prata ficou com a campeã do ano passado, a suíça Pamela Weisshaupt, e o bronze com a alemã Lena Mueller.Fabiana conta que, aos 15 anos, costumava passear na Avenida Beira Mar, em Florianópolis, onde sempre via pessoas remando. Resolveu tentar. "Comecei por diversão", conta. Mas vieram as primeiras competições, os resultados foram aparecendo, e a jovem começou a encarar a possibilidade da carreira de atleta. Na convivência do esporte, conheceu Gilbran Cunha, que é seu marido e um de seus técnicos. O título, portanto, foi comemorado em família.E não foi por acaso a presença de Alice no pódio. Fabiana conta que a pequena foi uma das responsáveis pela virada em sua carreira. Após a gravidez, a remadora perdeu nove quilos, o que a obrigou a mudar da categoria pesado para a leve. "Na verdade, muito desta conquista devo a Alice. A mudança me levou a melhores resultados e estou muito feliz de ter conquistado este título um dia depois que ela completou dois anos", ressalta.Fabiana, no entanto, conta que só o emagrecimento não explica o resultado. "Também devo muito ao José Oyarzabal (ex-treinador da seleção e também seu técnico). Depois de trabalhar com ele melhorei muito tecnicamente. Foi capaz não só de ver meus defeitos, mas mostrar como melhorar."A prova de Beltrame não faz parte do currículo olímpico e a atleta conta que ainda não tem parceira para os Jogos de Londres no double skiff leve. "Será feita uma seletiva", explica. "Para 2012 a medalha será difícil, mas pretendo trabalhar para 2016."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.