PUBLICIDADE

Publicidade

Brasileiro quebra recorde de 22 anos no salto com vara

Fábio Gomes salta 5,77 metros e bate em um centímetro marca obtida em 1985

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O recorde sul-americano do salto com vara tinha 22 anos e pertencia a um atleta que só nasceu no Brasil, mas sempre viveu nos Estados Unidos. Nesta quinta-feira, a marca foi quebrada por Fábio Gomes da Silva, de 23 anos, com um salto de 5,77 metros, no Campeonato Sul-Americano de Atletismo, no Ibirapuera, em São Paulo. O Brasil adotou a escola soviética do salto com vara em 2001 e, desde então, consegue resultados expressivos. Depois de Fabiana Murer bater o recorde continental e entrar para a elite mundial, Fábio melhorou em um centímetro a marca de 5,76 m que era de Tomás Hintnaus, desde 1985. Fábio comemorou muito com Fabiana e amigos e ganhou um beijo do técnico Elson Miranda, que competiu contra Hintnaus há duas décadas. Nascido em Videira (SC), de pais checos, cresceu na Califórnia, e contra o boicote dos EUA à Olimpíada de Moscou (1980) passou a representar o Brasil. Hintnaus ficou famoso como modelo - inclusive de cuecas - da Calvin Klein. "Me sinto muito feliz. O antigo recordista não era um brasileiro e agora é", observou Fábio, que estava preocupado com o pai, operado em Campinas, mas teve força para se concentrar na prova e obter a marca. "Era um atraso. O recorde era tão alto para o nível do Brasil que ninguém conseguia bater. Os caras saltam 5,90 metros atualmente, mas o Mundial de Helsinque, em 2005, foi ganho com 5,80 m", observa Elson. O ucraniano Serguei Bubka saltava mais de 6 metros e o recorde mundial ainda é seu, com 6,14 m, desde 1994. Fábio ficou sozinho na prova, depois que o argentino Germán Chiaraviglio não ultrapassou a marca de 5,55 m em nenhuma das três tentativas. Elevou o sarrafo a 5,60 m e passou. Pediu que a altura fosse aumentada para 5,77 m, o recorde, e novamente ultrapassou. Ainda tentou saltar 5,85 m, mas sem sucesso. Espera poder tentar um salto de 5,80 m no Troféu Brasil de Atletismo, de 20 a 24 de junho, no Ibirapuera. "Se eu repetir esse salto no Pan do Rio posso até pensar num pódio, mesmo sabendo que será uma prova difícil, com o Germán, dois americanos - sempre são fortes - e os mexicanos. Mas posso estar na briga." Fábio, de 1,78 m e 74 kg, considerou de fundamental importância o camping que ele, o técnico Elson Miranda e Fabiana Murer fizeram com Yelena Isinbayeva, a recordista mundial, e com o técnico Vitaloy Petrov, em janeiro, em Aosta (Itália), para chegar a esse resultado. "Ainda queremos fazer mais uma clínica na Itália antes do Mundial", observou Elson. O Mundial de Osaka será após o Pan, de 25 de agosto a 2 de setembro. "Hoje podemos pensar em colocá-lo numa final de Mundial, entre os 12 melhores saltadores." Petrov treinava Bubka. Outros resultados Lucimar Moura venceu os 100 m com 11s20 - ficou a 3 centésimos de segundo de seu recorde sul-americano (11s17), que é de 1999, mas comemorou muito a marca. "Eu quero bater esse recorde no Troféu Brasil, estou pertinho." Anselmo Gomes da Silva venceu os 110 metros com barreiras (13s56), Ednalva Laureano da Silva, a Pretinha, os 10 mil metros (16min09s96), Rogério Bispo, o salto em distância (7,94 m) e Elisângela Adriano ganhou o seu 13.º título sul-americano no lançamento do disco (59,85 m).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.