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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Campeão em apuros

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Por Antero Greco
Atualização:

Cada ano que passa, se torna mais ingrata e inócua a iniciativa de defender os Estaduais como termômetro para avaliar a capacidade dos times para o restante da temporada. Os torneios paroquiais, digamos assim, viraram um me engana que eu gosto de lascar e criam falsas ilusões. Que pena.

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Eis o Santos para não desmentir a constatação. No Paulistão, deu as cartas outra vez: superou a fase de classificação, passou por rivais no mata (sem o outro mata) e superou o Palmeiras na decisão. Levantou a taça de novo e sentiu a alma lavada, depois de final de 2014 e início de 2015 com problemas financeiros que o obrigaram a se desfazer de jogadores. Ou os viu irem embora de graça.

O campeão paulista iria embalar no Brasileiro – ao menos essa era a perspectiva. Doce viagem, interrompida por solavancos diante de adversários melhores dos que os locais. Após 11 rodadas numa Série A imprevisível e sem nenhum concorrente extraordinário, o Santos juntou-se aos piores e está na zona de rebaixamento. Os 3 a 1 para o Grêmio, ontem à tarde, na Vila, o empurraram para a 17.ª colocação, com 10 pontos, e à frente só de Vasco (campeão carioca), Coritiba e Joinville (campeão catarinense). Estaduais...

A queda não ocorre por acaso. O desmanche foi acentuado, e teve baque de impacto com a saída de Robinho. O grupo que ficou tem muitos jovens, vários com talentos, porém imaturos e sem respaldo para suportar pressão. Restaram poucos pilares – o principal, e praticamente único, Ricardo Oliveira. Goleador, capitão e estrela solitária. Deixou a marca dele diante dos gremistas.

Não há o que contestar no resultado deste domingo. Pensando bem, tem um aspecto de realce: a expulsão de Geuvânio foi estapafúrdia e consequência de confusão do árbitro. Sem um jogador de qualidade para puxar contragolpes, e com dez em campo desde os 28 minutos, as limitações santistas vieram à tona e prevaleceram. Com 11 para cada lado, o Grêmio era mais time do que o Santos. Com um a mais, a superioridade ficou até sem graça.

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A equipe gaúcha, que voa nas mãos do técnico Roger (substituto de Felipão), ditou o ritmo, abriu 2 a 0, levou ligeiro susto com o gol de Ricardo, mas sem forçar chegou ao terceiro. 

O Santos ficou acuado, tenso, preocupado com a descida da ladeira. Logo entrará no período de fazer contas, calcular quanto precisa para não amargar uma Série B pela primeira vez na história. Marcelo Fernandes usa de retórica tranquilizadora, mas sabe que não tem a quem recorrer no banco. Não demora e a luta será pela sobrevivência, do técnico no cargo e do time na elite. 

Zero (placar e nota). São Paulo e Fluminense fizeram dos jogos mais enfadonhos do campeonato nacional até o momento e mereceram ficar no 0 a 0. No primeiro tempo, o tricolor paulista ainda tentou algo além da pasmaceira, ao obrigar Diego Cavalieri a uma defesa difícil e ao chutar duas vezes perto do gol. O tricolor carioca se limitou a esperar chance para contra-ataque, que não apareceu. Na segunda etapa, foi um festival de horrores, castigo para os torcedores. O São Paulo marca passo na tabela.

Corinthians travado. Tite repetiu em Goiás escalação que deu certo nos últimos jogos. Só que faltou futebol diante do Goiás, no Serra Dourada. O Corinthians teve posse de bola, trocou passes e... e nada. Criar que é bom, chutar a gol com perigo que é ainda melhor, foram episódios eventuais. O time da avareza de gols (são só 10 a favor) voltou e, com isso, viu escapar oportunidade de encostar na liderança. Ok, há a atenuante de que, com 20 pontos, está uma vitória atrás do Grêmio (23). O problema foi o futebol insosso.

Palmeiras sobe. A Ponte caiu na tentação de vender o mando de jogo para Cuiabá, para ganhar uns trocados, e se deu mal: perdeu para um Palmeiras que, com Marcelo Oliveira, finalmente tem cara de time e chega aos 18 pontos. E vem forte.

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