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Clubes sofrem com processo eleitoral

Em situação financeira delicada e à beira de ser rebaixado, Botafogo elege novo presidente e tenta sair do buraco, como outras agremiações no fim da temporada

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Por Almir Leite
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O Vasco trouxe Eurico Miranda de volta ao comando. O Botafogo, em profunda crise técnica e financeira, optou anteontem por renovar, elegendo Carlos Eduardo Pereira. E a temporada de eleições presidenciais no futebol prossegue sábado, com o pleito no Palmeiras. Nas próximas semanas e nos primeiros meses de 2015, vários clubes, como Atlético-MG, Internacional, Santos e Corinthians também terão novos presidentes. Profissional da área de marketing, ex-aliado do presidente que sai, Maurício Assumpção - de quem virou ferrenho opositor -, Pereira assume um clube virtualmente rebaixado à Série B do Brasileiro e, pior, à beira da bancarrota. A dívida admitida é de R$ 750 milhões, mas pode ser bem maior. De cara, terá de pagar até amanhã R$ 4,2 milhões de uma parcela do Refis (Programa de Refinanciamento Fiscal), mas o caixa do clube está raspado. Tanto que, por dever R$ 290 mil à agência que cuida das viagens do time, o elenco deve ir de ônibus a Santos para o jogo contra o time da Vila Belmiro. A partida será domingo e o Botafogo pode entrar em campo já rebaixado, dependendo dos resultados de Palmeiras e de Vitória no sábado. Ainda assim, Carlos Eduardo Pereira revelou um plano para tentar salvar a equipe: reintegrar Emerson Sheik, Júlio César, Bolívar e Edilson, afastados por indisciplina. O problema nesse caso (um deles) é que os dois últimos jogadores já rescindiram seus contratos. Decisão mesmo até agora é que o técnico Vagner Mancini não permanece em 2015. Pereira e seus pares consideram que ele não tem o perfil ideal para comandar o time. Para tentar tirar o Botafogo do buraco, Pereira conta com o tricampeão Carlos Alberto Torres, que deve participar da diretoria - ainda não tem cargo definido -, mas terá missão complicada. "Ele vai nos ajudar, pois tem prestígio internacional. Temos que negociar patrocínio, material esportivo e na captação de recurso para o Engenhão com naming rights... Carlos Alberto Torres e outros nomes serão importantes'', logo após ter sido eleito.Palmeiras. Outro time que corre risco de queda, o Palmeiras, terá eleição no sábado. Cerca de 10 mil sócios terão de optar entre manter Paulo Nobre no comando ou alçar ao poder o opositor Wlademir Pescarmona, diretor de futebol do clube em 2010 e 2011. Ambos prometem time forte no mandato que começa em 15 de dezembro, mas o caixa do clube também anda vazio. A esperança de dias melhores passa pelo dinheiro que começa a entrar por causa de atividades da nova Arena. Dia 6 de dezembro será a vez de o Santos escolher entre cinco candidatos: José Carlos Peres, Nabil Khaznadar, Orlando Rollo, Modesto Roma Júnior e Fernando Silva. Qualquer que seja o vencedor, o desafio será, ao mesmo tempo, montar time forte, equacionar a dívida de R$ 400 milhões e honrar compromissos como os salários de jogadores e funcionários, que têm sido pagos com atrasos. Quatro dias antes, o Atlético-MG terá elegido Daniel Nepomuceno presidente. Candidato único e com apoio do atual comandante, Alexandre Kalil, ele dará continuidade ao trabalho que vem sendo feito no clube. O Internacional fará suas eleições em 13 de dezembro em segundo turno, entre Vitorio Piffero e Marcelo Medeiros, escolhidos em primeiro turno por 295 conselheiros. O pleito será aberto e 64 sócios terão direito a voto. Já o Corinthians só elegerá seu novo presidente em 7 de fevereiro. Roberto de Andrade concorrerá com apoio do presidente Mario Gobbi e do ex, Andres Sanchez. Outro inscrito é Ilmar Schiavenato, ex-diretor social. E Paulo Garcia deverá registrar capa na próxima semana.

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