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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Corações valentes

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Por Antero Greco
Atualização:

Lia a reportagem dos amigos Ciro Campos e Daniel Batista, nesta edição, a respeito do punhado de rapazes que, de uma hora para outra, foi jogado numa fogueira bem ardente no Palmeiras. Nem todos serão escalados por Dorival Júnior para iniciar o duelo decisivo contra o Atlético-PR, no domingo, numa tarde para não esquecer no novo Palestra. De qualquer forma, o grupo significa quase meio time. E não é moleza a missão que lhe caberá.Victor Luís, Nathan, Renato, João Pedro e Gabriel Dias são verdes, ainda, na profissão, em média têm baixa rodagem. Trocadilho tosco à parte, em situação normal ganhariam espaço discretamente, de leve. Sabe como é? Uns minutos no fim de partidas, outros a partir do intervalo, uma substituição de titular suspenso ou machucado, etc. O procedimento padrão, paulatino, para que se acostumassem com as exigências da equipe principal e para que a torcida também os conhecesse. Sem pressão, sem pressa.Mas, como se trata de Palmeiras, não há como imaginar o amadurecimento por etapas. A situação desandou ao longo da temporada, a queda na tabela foi pior do que a do nível do Cantareira, o clube fez água. Por isso, a saída foi recorrer aos jovens das categorias de base. O garoto é bom? Então, vem pra cá, pega a camisa, entra no time de cima e seja o que Deus quiser. O processo foi mais ou menos esse.Por sorte, e por competência, todos mostraram qualidade e nenhum se escondeu nos momentos agudos - que, na verdade, são todos aqueles em que o Palmeiras está em campo. Sem craque em vista, o potencial de crescimento existe e ficou claro que podem render muito, desde que ocorra reviravolta. Quer dizer, tendem a jogar mais se toparem com fase serena e para cima.Pena que se exija o que talvez não estejam em condições, ainda, de mostrar. E, se a tragédia do terceiro rebaixamento se confirmar, entrarão no rolo junto com os mais experientes. Em todo caso, há aspectos positivos e negativos na jovem tropa de choque palestrina que encara a fúria do Furacão.O lado bom: parece que finalmente o trabalho de garimpagem de talentos surte efeito lá pelas bandas da Academia. Faz tempo que o Palmeiras não lembra do gosto de colecionar pratas da casa. Concorrentes vira e mexe tiram peças de valor da algibeira, enquanto do lado alviverde só se fica a chupar dedo e com uma interrogação no rosto. Qualquer um que conheça o bê-á-bá do futebol sabe que um elenco diversificado se constrói com jogadores de fora e, sobretudo, de dentro.A parte ruim: se os moços foram convocados na emergência, sinal de que os que estavam à disposição não deram conta do recado. Exato. O Palmeiras economizou ao fazer com que um ou outro - Alan Kardec e Henrique, o zagueiro - escapasse e investiu num pacote enorme, de profissionais daqui e de fora, que não deu em nada. Ou pior: desembocou no drama atual. A enésima demonstração do que já escrevi aqui: contratar de baciada nunca é sinal de ousadia, mas de falta de perspectiva e de planejamento. Ao palmeirense, agora, resta torcer para que Valdivia esteja minimamente inteiro, que Henrique volte a acertar o gol. E que a nova geração mostre que tem coração valente. (E faça umas promessas. Não custa...)Fugir do perigo. Jogos de Corinthians e Inter já valiam pra determinar quem segura o terceiro lugar. Após o sorteio dos grupos da Libertadores, ganharam mais importância. E vale muito evitar a etapa preliminar, reservada ao quarto colocado.O objetivo é evitar São Paulo, San Lorenzo e Danubio na chave 2, a ser completada justamente por quem vier da repescagem. Claro, sempre a partir do pressuposto de que o time brasileiro passará pelo rival colombiano que lhe vier pela frente. O Inter é favorito contra o Figueirense, assim como o Corinthians deve bater o Criciúma. Então... clássico paulista na Libertadores? Bem provável, e será quente.

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