Corrida de rua cresce cada vez mais no País e atrai legião de fãs

Mercado das provas movimenta cada vez mais participantes nos finais de semana em diversas cidades do Brasil

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Por Paulo Favero
3 min de leitura

Todo fim de semana milhares de corredores tomas as ruas das cidades brasileiras para treinar, competir e ajudar a movimentar um mercado milionário. Praticantes de uma modalidade que cresce a cada ano, a corrida de rua, eles conseguem conciliar uma rotina pesada de trabalho com a atividades físicas. Só no ano passado foram realizadas 469 eventos dessa natureza com cerca de 820 mil inscritos, de acordo com levantamento feito pela Federação Paulista de Atletismo.

Se multiplicar esse número pelo Brasil, é fácil chegar as cifras relevantes e um negócio que só faz crescer no País. “Não temos um número que expresse o volume financeiro desse mercado, mas posso afirmar que cresce a cada ano. Mesmo com as dificuldades do Brasil, as provas têm sempre número expressivos de participantes”, diz Thadeus Kassabian, diretor-geral da Yescom, que organiza algumas das principais provas de rua do País, como a Meia Maratona de São Paulo e do Rio, Maratona de São Paulo, Dez Milhas Garoto (ES), Volta da Pampulha (MG) e São Silvestre.

Equipe Wellness Running treina no parque do Ibirapuera Foto: Felipe Rau|Estadão

Como norma, a empresa não divulga seus números. Mas Kassabian dá um exemplo dos custos de uma corrida. “Geralmente, um terço dos corredores é oriundo de patrocínio. Outro um terço diz respeito a atletas com apoio e permutas e a terceira parte é formada por inscrições comuns. O lucro é variável. Mas existem eventos que não cobrem as despesas e quando há lucro, ele gira entre 7% e 15%”, garante.

O São Paulo está organizando junto com a Under Armour a Tricolor Run. A prova será realizada em 16 de julho nos arredores do estádio do Morumbi. São 3 mil inscritos, que pagam taxa de R$ 120, totalizando R$ 360 mil. A fabricante esportiva entra com as camisas da prova. “O desafio é mostrar que corridas podem ser um produto de ganho financeiro, não só de imagem, dependendo de como a prova é organizado”, explica Erich Beting, organizador oficial da Timão Run e Tricolor Run.

A ideia do clube do Morumbi foi criar um evento que dura meio ano. Existe o lançamento da corrida, treino aberto, desconto para quem compra tênis na Under Armour, cinco dias para a retirada do kit, ou seja, não é apenas uma corrida de rua com data marcada. “Geralmente participa um público que consome e isso gera receita para a empresa.”

Equipe Wellness Running treina no parque do Ibirapuera Foto: Felipe Rau|Estadão

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O mercado de corridas no Brasil não demonstra que chegou ao seu limite. Pelo contrário. Está aquecido. Vários estados contam com eventos todos os meses e, por causa disso, existe um forte processo de profissionalização. Também ocorrem competições temáticas ou que conseguem aliar turismo, de belos locais e paisagens, com percursos.

“São vários fatores que atraem o atleta para determinada prova. Tem a camisa, o kit, essas coisas todas. E quando o corredor começa a ficar mais profissional, passa a olhar para o tipo de percurso, a qualidade de hidratação e ele procura superar seus recordes pessoais naquele evento ou distância”, diz Beting.

Além do negócio em si, a corrida de rua faz bem para a saúde das pessoas e para a sociabilidade delas. Segundo Aline Borro, Coach do Esporte na Wellness Running Assessoria Esportiva, são diversos os benefícios. “Além da saúde, a corrida melhora a concentração, o foco e o raciocínio, sendo altamente benéfica no campo profissional. É uma forma saudável de promover integração social. Dizem até que o melhor da corrida são os amigos que fazemos ao longo dos caminhos”, conta.