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De olho nos Jogos de Tóquio-2020, skate terá circuito e ranking nacional

Reuniões entre CBSK e COB estão sendo realizadas para planejar o caminho até a Olimpíada

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Por Luis Filipe Santos
Atualização:

Nesta quinta-feira (18), às 18h30, na sede do COB (Comitê Olímpico do Brasil) diretores da Confederação Brasileira de Skate (CBSK) vão se reunir com os principais nomes do esporte nacional para apresentar o projeto olímpico para Tóquio-2020.

A nova diretoria da CBSK pretende tomar mais ações em busca do fortalecimento do esporte no Brasil. “Em 2017 tivemos que focar muito no trabalho para obter o reconhecimento, porque isso afetava tudo dali em diante. Agora que conseguimos, já estamos planejando as ações para 2018, em todas as categorias”, afirma Eduardo Musa, vice-presidente da entidade. “A primeira ação vai ser reorganizar o calendário, com um circuito nacional para todas as modalidades”.

Bob Burnquist e Paulo Wanderley durante encontro em dezembro, que oficializou o reconhecimento da CBSK por parte do COB. Foto: Rafael Bello / COB

Musa também revela uma das ações que serão tomadas para a Olimpíada de 2020. “Vamos criar um ranking nacional dos melhores atletas, para avaliar quem tem as melhores chances de medalha, e oferecer toda a estrutura de treinamentos e acompanhamento adequada para eles”, diz o dirigente.

O aspecto financeiro continua sendo problemático. "Mas, com o reconhecimento, fica mais fácil para atrair empresas. Além disso, os nomes do Bob [Bunrquist] e do Sandro [Dias] são fortes, e o mercado do skate tem nos apoiado bastante, as empresas do setor tem demonstrado interesse em auxiliar”, diz Musa.

2017 foi um ano positivo para o skate brasileiro. Três atletas do país conquistaram medalhas em torneios mundiais: Letícia Buffoni foi prata na categoria street, a mesma em que Kevin Hoefler foi bronze, enquanto Pedro Barros ficou em segundo lugar nas provas de park. As duas modalidades serão as disputadas na Olimpíada de Tóquio, na primeira participação do skate nos Jogos.

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O anúncio do COI, realizado em dezembro de 2016, acabou gerando uma controvérsia entre federações no Brasil. A Confederação Brasileira de Skate (CBSK), entidade ocupada unicamente do skate, era filiada à ISF (International Skateboarding Federation), que não era reconhecida pelo COI, e, consequentemente, nem pelo COB. Dessa maneira, a organização do esporte para o ciclo olímpico ficaria com a Confederação Brasileira de Hockey e Patins (CBHP), filiada a outra entidade, a Federação Internacional de Roller Sports (FIRS). Os problemas chegaram ao ponto dos principais atletas brasileiros, como Buffoni e Barros, ameaçarem boicotar a Olimpíada caso a CBSK não fosse reconhecida.

As duas entidades internacionais, entretanto, acabaram se unindo para formar a World Skate, organização única reconhecida pelo COI. Assim, a CBSK viu o caminho ser aberto para poder ser reconhecida oficialmente como a única confederação do skate brasileiro. Com uma nova diretoria, eleita em outubro e formada por grandes nomes brasileiros da história do esporte, como o presidente Bob Burnquist e o diretor Sandro Dias, a entidade nacional conseguiu o reconhecimento oficial do COB e planeja a participação do Brasil na Olimpíada de Tóquio.

“É uma conquista do skate, uma coisa muito legal de vermos acontecendo, apesar de ser o óbvio”, falou Burnquist em vídeo publicado no canal do Youtube da confederação, quando o reconhecimento foi alcançado. “O projeto olímpico começa agora, mas há muita coisa da confederação além do projeto olímpico, muitos eventos, muito trabalho a ser feito”.

“Esse é um passo importante para a modalidade e para o movimento olímpico. Nós, COB e CBSK, vamos caminhar juntos. Estou satisfeito, inclusive, porque o Bob e eu começamos praticamente juntos. Eu como presidente do COB e ele como presidente da CBSK. O skate do país conta com grandes atletas, que terão todo o apoio do COB para a sua preparação em busca de bons resultados para o Time Brasil em Tóquio”, afirmou Paulo Wanderley, que assumiu o COB após o afastamento de Carlos Arthur Nuzman.

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