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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Dia da verdade

Por Antero Greco
Atualização:

Time grande não costuma ter longos períodos de paz, pois sempre se vê pressionado a alcançar objetivos gloriosos. Faz parte da fama, e não é de estranhar. Mesmo assim, há tempos o São Paulo não enfrenta início de temporada tão complicado quanto o de 2015. Não sossega desde janeiro, na primeira apresentação pelo Paulista, e na noite desta quarta-feira tende a definir rumo na Libertadores e no restante do ano no duelo com o San Lorenzo. Muito estará em jogo.Muricy Ramalho e rapaziada viajaram para Buenos Aires com a torcida a pegar-lhes no pé e, por extensão, com a obrigação de voltar com bom resultado. Vitória diante do atual campeão sul-americano coloca o time de vez no caminho para a vaga para as oitavas. Empate também serve, porque mantém a distância de três pontos entre ambos. Derrota bota fogo na lona do circo tricolor.Perder para os argentinos, na casa deles, não seria resultado fora de padrão - em circunstâncias normais, claro. O nó está no fato de o São Paulo viver período de alvoroço, por oscilar demais e não passar confiança. Tornou-se imprevisível, no que isso comporta de agradável e de detestável. Tanto pode atuar com eficiência como dar raiva. A segunda alternativa tem predominado em momentos importantes.Muricy jogou a toalha, depois dos 3 a 0 diante do Palmeiras, e a diretoria a devolveu, em sinal de prestígio. Ou para fazer jogo de cena, uma vez que, nos bastidores, se fala que há procura de substituto em caso de novo tropeço. O perfil seria semelhante ao do professor de hoje, ou seja, um boleiro. Nesse aspecto, dos disponíveis no mercado, o que mais se assemelha é Abel Braga.Bem, isso fica a meio caminho entre prevenção e fofoca. O clube precisa ter pronto esquema para colocar em prática se o treinador for embora, não é errado. Chato só quando já se obteve acerto com o sucessor enquanto o outro frita em fogo alto. Se for apenas maledicência, não surpreende; vemos isso a todo momento no dia a dia.Importa saber se o São Paulo tem condições de voltar com três pontos cruciais na bagagem. O desejo de cravar sim é grande, a realidade no entanto impede projeção otimista. Por culpa mais do vice-campeão brasileiro do que do futebol do San Lorenzo. Muricy não tem como fugir da equação marcação eficiente/contragolpe rápido para segurar ao menos o empate salvador.Para tanto, acena com a possibilidade de colocar Boschilia no meio-campo, na esperança de que seja mais criativo e mais combativo do que Ganso, o camisa 10 que emperrou. Ele teria a missão de encostar em Denilson e Souza, quando necessário, ou de Pato e Kardec em lances de ataque. Incumbência e tanto para uma promessa. Se der conta do recado, se consagra; se falhar, não se queima, mas sai chamuscado, como o restante do grupo.O São Paulo apresenta-se no Nuevo Gasómetro com a missão de mostrar que é confiável, de verdade. Por ironia, no Dia da Mentira.Pela vaga. O Corinthians está em maré mansa: sobra no Estadual e nada de braçada na Libertadores. Basta passar pelo Danubio, em casa, para manter os 100% de aproveitamento e carimbar visto para a segunda etapa da competição. O foco agora nem é ficar entre os 16 melhores; nem se discute a hipótese de falhar nos jogos que restam. O interesse é terminar em primeiro na classificação geral, o que daria vantagem até a eventualidade de chegar à final. Pela regularidade, não se pode acusar o Corinthians de presunção. Ao contrário, firma-se como forte candidato na copa doméstica e uma concorrente de respeito na taça continental. Como complemento, Tite tem à disposição força máxima. União zero. Vanderlei Luxemburgo pegou dois jogos de suspensão por criticar a federação de futebol do Rio e o regulamento do Carioca. Vítima da mordaça. Alguma colega de profissão saiu em defesa dele?

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