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Em nova categoria, Sarah Menezes está preparada para recomeço na carreira

Ouro em Londres, judoca troca ligeiro (até 48 kg) pela meio-leve (até 52 kg)

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Por Nathalia Garcia
Atualização:

Dona do primeiro ouro olímpico do judô feminino, Sarah Menezes passou pelos Jogos do Rio sem brilho e deu por encerrada a sua trajetória na categoria ligeiro (até 48 kg), na qual alcançou projeção mundial. Após uma semana de treinamento em Pindamonhangaba (SP), a judoca está pronta para recomeçar na meio-leve (até 52 kg).  "Vejo um recomeço positivo, vai ser um aprendizado. É um desafio bem grande, estou motivada a pontuar nessa nova categoria e a me sentir bem durante esse período", afirma.

Sarah Menezes se prepara para o Aberto Europeu de Sofia Foto: Lara Monsores|CBJ|Divulgação

À medida que a judoca ficou mais velha, enxugar 6 kg deixou de ser uma tarefa fácil e a briga com a balança endureceu. O sacrifício de Sarah, que costuma pesar até 54 kg fora de competição, foi determinante para a mudança. "Ela passou três ciclos olímpicos na mesma categoria, começou na seleção uma menina e se tornou uma mulher. Além da questão do peso, ela quer novas experiências", justifica Rosicleia Campos, treinadora da seleção feminina. A transição requer tempo e paciência e, para a comissão técnica, é um caminho sem volta no caso da medalhista olímpica. "É sem retorno. Ela já vinha com dificuldade de perder peso, não tem a menor condição física de lutar mais na faixa dos 48 kg", enfatiza Rosicleia. Sarah Menezes, entretanto, discorda da opinião da treinadora. "É um ano de adaptação, eu vou testar e, se eu não me sentir bem, posso voltar. Vai depender de mim, não dos técnicos. Vai depender de como eu vou me comportar com o peso, isso é que vai dizer em qual categoria eu vou ficar", enfatiza. Acostumado a se reinventar no tatame, Tiago Camilo tem duas medalhas olímpicas em categorias diferentes. Para o judoca de 34 anos, é preciso aceitar a transformação com naturalidade. "Acredito que tenha sido uma decisão acertada, agora é se adaptar e encarar como algo normal", aconselha o colega. A atleta do Piauí prefere não se aprofundar nas discrepâncias entre as faixas de peso antes de participar de sua primeira competição oficial, mas já adianta que deve sentir diferença na força empregada por suas oponentes. Segundo Rosicleia, a judoca precisará fazer ajustes nas questões técnicas e táticas. "As atletas da categoria até 52 kg são mais altas, mais longilíneas, têm uma envergadura maior e o ombro fica mais longe, diferentemente das atletas do ligeiro, que são menores, mais rápidas e explosivas", compara. O primeiro teste da brasileira será no Aberto Europeu de Sofia, no dia 4 de fevereiro. A competição servirá como preparação para o Grand Slam de Paris. Sarah fará companhia a Érika Miranda na Bulgária e também na categoria meio-leve. "Sarah é uma campeã olímpica, o nível da categoria 52 kg vai aumentar ainda mais, vai ter uma disputa muito saudável. O judô brasileiro é quem ganha", projeta Érika, que vê a concorrência interna como estímulo. Neste ano, o foco é o Mundial de Budapeste, em setembro. As compatriotas esperam estar lado a lado, já que a competição permite duas judocas na mesma categoria.

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