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Esportes na internet: transmissão online cresce no País

Com a redução do espaço na TV, Facebook e YouTube se tornam alternativa para diversas modalidades

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Por Demetrio Vecchioli
Atualização:

A transmissão do clássico entre Atlético-PR e Coritiba pelo YouTube e pelo Facebook no dia 1.º de março foi só a chegada, ao futebol brasileiro, de um novo momento que já atinge vários esportes no País. Os jogos exibidos em streaming chegaram no mês passado à Superliga de Vôlei e crescem de forma exponencial no Novo Basquete Brasil (NBB) e na Liga de Basquete Feminino (LBF). As confederações de atletismo e natação também apostam no aumento das transmissões online numa época em que o espaço para as modalidades olímpicas na TV está em queda.

O vôlei teve a transição mais radical. Em 8 de fevereiro, quando nenhum jogo foi transmitido pela tevê, o Sesi planejava exibir online o seu jogo com o Montes Claros. Foi impedido e o campeão olímpico Murilo reagiu no Twitter à proibição: “Os próprios patrocinadores deveriam questionar essa proibição da CBV, porque estão perdendo exposição de suas marcas”.

Sem grande apoio da TV, transmissão online ganha espaço Foto: Martin Steinthaler/Tinefoto Co

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O caso ganhou repercussão e a CBV agiu rápido: 15 dias depois, transmitia pela primeira vez uma partida no Facebook. O duelo entre Vôlei Nestlé e Praia Clube foi assistido por 103 mil pessoas, com pico de audiência de 5.452 espectadores. Desde então, em duas semanas, foram cinco partidas exibidas.

De acordo com Ricardo Trade, CEO da CBV, os direitos de transmissão online da Superliga eram da Globo até a temporada passada. Na última renovação de contrato, a entidade fez questão de ficar com eles, com base em um plano de negócios para os próximos quatro anos.

“Esse é um instrumento para aumentar a visibilidade e dar equilíbrio. A TV escolhe os jogos pelo seu conteúdo, por quem está em quadra, e alguns clubes ficam com poucas transmissões. Com a transmissão na internet a gente consegue equilibrar essa visibilidade’’, argumenta Trade. Segundo ele, a CBV estuda monetizar as transmissões vendendo os naming rights da propriedade.

Mas os clubes já se organizam para negociar com a CBV para, na próxima temporada, serem os detentores dos direitos. O Sesi diz ter capacidade de transmitir todos seus jogos em casa. O Minas Tênis Clube é outro que já tem câmeras instaladas.

“Tudo é questão de negociar sempre no começo da Liga. Os clubes estão se mobilizando para ter um pouco mais de autonomia, sempre com supervisão da CBV. As transmissões têm de ter um padrão, manter uma qualidade’’, avalia Alexandre Pflug, diretor de esporte do Sesi-SP.

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Atualmente, as transmissões ocorrem só pelo Facebook da CBV e não podem ser reproduzidas nos sites dos clubes. Mesmo assim, o duelo entre o líder Rexona e o Minas teve 39 mil interações e gerou 2,1 mil novos fãs à página da CBV.

No NBB, as primeiras transmissões aconteceram em 2014. Na atual temporada, um jogo por rodada vai para o Facebook. De acordo com João Fernando Rossi, presidente da Liga Nacional de Basquete (LNB), o intuito é aumentar o engajamento com os fãs nas mídias sociais. Os jogos são exibidos com uma equipe de 10 pessoas, com narrador, comentarista e repórter.

O intuito é que, somando com os jogos exibidos no SporTV e na TV aberta (pela Band), todos os duelos de mata-mata sejam transmitidos.

A Liga de Basquete Feminino (LBF) não terá a temporada regular exibida na tevê e o streaming virou a única solução para os clubes, que detêm os direitos e o cederam, gratuitamente, a veículos regionais. Com orçamento modesto, a LBF planeja só “mais para frente’’ assumir as transmissões em streaming, algo que já faz a Polo Aquático Brasil (PAB), criada no ano passado. Como os torneios são realizados em um só fim de semana, numa mesma piscina, a logística é mais simples. Os clubes rateiam os custos.

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Outras modalidades com espaço reduzido na tevê também veem o streaming como saída. A CBDA já transmitiu todos os campeonatos brasileiros de natação do ano passado na TV CBDA – só o Maria Lenk foi do SporTV, exclusivo –, sempre com seis câmeras, narração e até distribuição de brindes aos espectadores. Para 2017, a ideia é exibir os torneios de todas as modalidades.

No atletismo, todos os eventos da CBAt foram transmitidos no Facebook em 2016, inclusive clínicas. A entidade trabalha com até seis câmeras de celular, que geram seis ‘lives’ diferentes de um mesmo evento. E a Atletismo Brasil TV deve chegar ao Youtube em 2017.