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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Faixas encomendadas

Por Antero Greco
Atualização:

Pessoal, o esforço do São Paulo na arrancada final do Brasileiro tem sido bacana, comovente. Acumula pontos de campeão, honra o apoio do torcedor, como na vitória sobre o Palmeiras, noite de ontem. Mas pelo jeito ficará na boa vontade. O Cruzeiro não dá trégua no trote rumo ao título e não levantará a taça outra vez, se for protagonista de vexame inédito, daqueles que só a mente criativa de roteirista de Hollywood pode imaginar. Vá lá que a combinação de números impede cravar com tudo. Porém, sem alarde, dá pra encomendar as faixas.Pegue a etapa inicial do jogo com o Santos, na Vila. O Cruzeiro se mostrou indolente, um tanto arrastado, em câmera lenta. Com cara de que sente o baque de disputar em duas frentes nacionais - a Série A e a Copa do Brasil. Não é moleza, embora embalado, ficar sempre alerta e manter a eficiência.Havia no ar a sensação de que deixaria pontos em Santos, para criar certo suspenso nas quatro rodadas que restam até 7 de dezembro. Engodo, armadilha esperta de quem se finge de distraído. O nó se desfez aos 7 minutos do segundo tempo, com gol de Ricardo Goulart. Lance decisivo e suficiente para levar o líder a 70 pontos e ficar a distância segura do São Paulo, 66.Para encurtar a conversa e não entrar num emaranhado matemático, o cálculo bem simples indica o seguinte: mais 6 pontos nos jogos que faltam e até logo aos demais, passem bem e voltem outra hora. Com 76, a sala de troféus na sede em BH será enriquecida, e sem reparo algum à nova proeza.Está bem, há o imponderável, o futuro não se conhece, os resultados não surgem de véspera e outros lugares-comuns de praxe. E tem o clássico com o Grêmio, no meio da semana, em Porto Alegre. Nem descarto a possibilidade de derrota, pois a turma do Felipão engatou uma quinta e desembestou. Vá lá que isso aconteça. Mais torcida do que probabilidade matemática no fim.A propósito, continuam abertas duas disputas paralelas: a de vice-campeão e a dos representantes brasileiros na Libertadores. O São Paulo segura a dianteira no primeiro quesito, se bem que conta com um jogo a mais (o empate com o Inter na semana passada foi pela 35.ª rodada). Não se deve ignorar chances do próprio Inter, do Grêmio e do Corinthians, todos com 60. E, na teoria, esse trio também luta por duas vagas no G-4. Atlético-MG com 58 e Flu com 57 correm por fora. O Galo está mais ligado na Copa do Brasil. Corinthians, ufa! Eis enigma complicado para decifrar. Nunca se sabe o que o Corinthians aprontará, sobretudo ao enfrentar rivais da parte de baixo da tabela. Por pouco, não cravou o 13.º empate, no duelo com o Bahia. Livrou-se com o gol salvador de Renato Augusto minutos antes do apito final. Pra variar, com desempenho tão oscilante quanto Bolsa e dólar nos últimos meses.O Corinthians mandou no jogo no primeiro tempo, quando abriu vantagem e não perdeu o controle. No segundo, definhou, murchou, cansou, tomou o 1 a 1. A história mudou, como de costume, com a entrada de Danilo. Se não faz gol, dá passe - e não foi diferente na Fonte Nova. No Morumbi. O São Paulo cumpriu a parte que lhe cabe, ao se livrar do Palmeiras no Morumbi. Vitória na conta justa, com um gol em cada tempo, e graças ao talento superior ao do adversário. O Palmeiras capenga e não retorna ao Z-4 porque há uma turma mais incompetente. Porém, a ameaça cresce e cresce...Deixa disso! Thiago Silva ficou aborrecido por ter perdido para Neymar a faixa de capitão da seleção. E, pior, agora amarga reserva para Miranda. Ué, precisa entender que chegou outro técnico, com ideias diferentes das de Felipão e disposto a testar alternativas. Não há do que reclamar. A melhor resposta é na bola para reconquistar o lugar dele. Todo jogador deveria saber que um certo Pelé (boa recuperação de cirurgia, Rei!) um dia esquentou banco na seleção. O resto é choro.

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