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Indígenas treinarão com seleção brasileira de tiro com arco

Jovens chamaram a atenção do técnico da seleção após serem destaque em competição de base

Por Ronald Lincoln Jr
Atualização:

Um grupo de quatro indígenas do Amazonas têm se destacado na disputa de Tiro com Arco, esporte que estará na Olimpíada do Rio, em 2016. Eles vão passar uma semana com a seleção brasileira da modalidade para realizar um treinamento intensivo. O convite foi feito pelo treinador Renzo Ruele durante a disputa do 40.º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco, que começou ontem e encerra amanhã no Rio.

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O que chamou a atenção do técnico foi o desempenho dos jovens no 7.º Campeonato Brasileiro Infantil, Cadete e Juvenil Outdoor, realizado no início de outubro em Maricá, na Região dos Lagos. Três deles conquistaram medalhas na competição, inclusive uma de ouro.

Os escolhidos foram Inha (Nelson Silva de Moraes), 14 anos, e Iagoara (Dream Braga da Silva) 17 anos - ambos da etnia Kambeba -, Yaci (Graziela Paulino), de 19 anos, e Ywytu (Gustavo Paulino), 18 anos, da etnia Karapãna.

Os atletas foram descobertos pela olheira e técnica Marcia Lot, que visitou diversas aldeias no Amazonas para recrutar jovens talentos, a serviço de um projeto criado há cerca de dois anos pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que é membro da Federação Amazonense de Tiro com Arco (Fatarco).

Animada com o desenvolvimento rápido de seus pupilos, Márcia está confiante de que, após essa etapa de treinos, algum dos atletas possa receber uma vaga na seleção brasileira e, consequentemente, vá representar o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio.

“Eles têm condições de chegar, se não o Renzo não iria convidar para um treino intensivo, quiçá entrar na seleção brasileira”, argumentou Marcia. “Eu acredito que pelo menos um a gente consiga colocar na seleção, daí já fica perto chegar à Olimpíada”, afirmou.

SAMBÓDROMO

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O Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco está sendo disputado no Sambódromo do Rio, onde também ocorrerá a disputa olímpica em 2016. É uma boa oportunidade para os atletas brasileiros se ambientarem, mas não se trata de um evento-teste oficial - o primeiro está previsto para 2015.

Atual vice-campeão do mundo, Marcus Vinicius D’Almeida, de 16 anos de idade, considerou um passo importante conhecer o local da disputa da Olimpíada. “Já deu para notar que aqui venta muito. Está servindo para a gente ver o que precisa melhorar”, explicou D’Almeida. 

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