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Kaio Márcio vai ao limite e leva 2o ouro; Cielo lidera 50m livre

Por PEDRO FONSECA
Atualização:

Kaio Márcio deixou a piscina mais cansado do que nunca e demorou a acreditar que tinha alcançado uma vitória tão avassaladora na final dos 200 metros borboleta do Pan-Americano do Rio. A medalha de ouro conquistada neste sábado, sua segunda nos Jogos, veio graças ao excelente tempo de 1min55s45, quase dois segundos abaixo dos recordes sul-americano e pan-americano. O nadador paraibano, que também venceu os 100 metros borboleta esta semana, encerra sua participação individual nos Jogos com aproveitamento perfeito e ainda pode conquistar uma terceira medalha no revezamento 4x100m medley, no qual será o representante do estilo em que é bicampeão. "Foi uma surpresa para mim, estava esperando nadar 56 baixo, mas tive uma primeira passagem muito forte. Depois cansei no final, mas para mim foi a melhor prova do Pan. Eu dei tudo para conseguir esse tempo, essa foi a primeira vez que eu me sinto assim super cansado, mas valeu a pena", disse o nadador, com a costumeira voz pausada e baixa, após ter batido as marcas do Pan-Americano (1min57s33) e da América do Sul (1min57s38). Quando guardar as medalhas em sua casa na capital João Pessoa, Kaio terá a lembrança não somente das provas no Rio, mas também da superação que vivenciou antes de conquistá-las. A partir de janeiro ele lutou para se recuperar de uma grave lesão no ombro e, quando parecia recuperado, uma persistente tendinite no pé o impediu de disputar o Mundial de Melbourne, em março. As vitórias no Pan vieram com apenas três meses de treinamento intensivo para a competição, um dos motivos que deixaram Kaio bem mais animado para o futuro. "Treinei apenas três meses para esta competição e tive um resultado excelente. Vou sair daqui muito mais contente e confiante em seguir meus treinamentos do que cheguei", afirmou em entrevista coletiva, acrescentando que a próxima meta é uma medalha na Olimpíada de Pequim do ano que vem. "Já fui a uma Olimpíada e não quero voltar com as mãos abanando de novo." ALÍVIO DE DAIANE Entre as mulheres, a única representante do Brasil a subir no pódio neste sábado foi a jovem Daiene Dias, de 18 anos. Depois de ter ficado em quarto lugar nos 100m borboleta apesar de ter feito o melhor tempo das semifinais, a nadadora de Vitória (ES) recuperou-se para levar o bronze nos 200m borboleta. "Tirei um peso de 30 quilos das costas", disse ela a jornalistas logo após deixar a piscina. "Não esperava ganhar uma medalha nesta prova, tinha muito mais esperança nos 100m, e acabei me decepcionado. Cheguei a chorar, pensei em não nadar os 200m e voltar para casa", acrescentou a nadadora, que foi convencida por sua treinadora a permanecer. Outras duas provas também provocaram euforia na torcida, apesar de não haver medalhas em jogo. O Brasil dominou as semifinais dos 50m livre masculino e dos 100m livre feminino e se colocou em excelentes condições para aumentar as 20 medalhas conquistadas até agora, sendo 10 de ouro. César Cielo estabeleceu o novo recorde pan-americano dos 50m livre com 22s18 e avançou com o melhor tempo para as finais, à frente de Nicholas Santos, que ficou em segundo com 22s42. Em sexto lugar se classificou o norte-americano Gary Hall Jr, atual bicampeão olímpico da prova, e em quinto ficou o argentino José Meolans, medalha de prata no Pan de Santo Domingo. Nos 100m feminino, Rebeca Gusmão e Flávia Delaroli também avançaram para a final de domingo com os dois melhores tempos, 55s76 e 56s40, respectivamente. O maior número de medalhas conquistadas pela natação brasileira em Pans foi 21, em Santo Domingo-2003. Na sexta-feira a equipe quebrou o recorde de ouros, os sete de Winnipeg-1999, ao conquistar a oitava medalha dourada.

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