Marta: jogo até no futebol masculino

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A atacante Marta Vieira da Silva, considerada melhor jogadora do mundo pelo técnico René Simões na atualidade e uma das sensações do torneio de futebol feminino na Olimpíada, pode fazer a diferença para o Brasil diante dos Estados Unidos. Rápida, habilidosa e inteligente, a alagoana, de 18 anos, anda arruinando a vida das zagueiras na Grécia. E acredita que, se jogasse entre os marmanjos, também faria estrago. "Acho que tenho condição técnica para jogar com os homens." No Umea, da Suécia, desde janeiro, a garota, que teve infância pobre em Dois Riachos-AL, autora de três gols nos Jogos Olímpicos, confessa ser fanática corintiana - já quebrou até televisão por causa do clube de coração - e fã de Ronaldo e Rivaldo. Agência Estado - Como e quando começou a jogar futebol? Marta - Quando eu tinha 12 anos, jogava bola com os moleques da minha rua em Dois Richos e sonhava ser jogadora. Via a Sissi, a Roseli e pensava que um dia estaria na seleção, jogando ao lado delas. Acabei sendo levada para fazer teste no Vasco e comecei a carreira por lá. AE - O que gosta de fazer fora do futebol? Gosto de jogar tênis, ver tevê, tocar violão, sair para passear. Vejo tudo de esporte na televisão. AE - E você torce por algum time? Sou corintiana fanática. Até briguei com meu irmão (Valdir), que é são-paulino e quase quebrei a televisão. Foi num jogo da Libertadores entre Corinthians e Palmeiras (2000). Ele estava torcendo pelo Palmeiras, que acabou ganhando (numa defesa de Marcos em cobrança de pênalti de Marcelinho Carioca). Depois, ficou me provocando. Fiquei com raiva e dei um tapa na tevê, que pifou. AE - Conseguiu se adaptar à Suécia? O frio é o maior problema, a língua também é complicada e, muitas vezes, dá saudade do Brasil, mas estou bem lá. Moro na casa de um português (ligado à diretoria de seu clube, o Umea) e sua mulher, a Greta, cozinha bem. Então, não tenho problema com comida. AE - Como chegou à Suécia? É bem remunerada lá? O presidente do Umea me viu no Mundial do ano passado e gostou do meu futebol. Daí, me levou para lá. Para a realidade do futebol feminino no Brasil, ganho muito bem. Mando dinheiro para a minha mãe (Tereza) todo mês e ainda sobra um pouco para eu guardar. Não gastamos nada, porque tudo é pago pelo clube. Eles deram até um carro para a gente. A Marina (zagueira brasileira, que também joga no Umea) é quem dirige. AE - O René Simões disse acreditar que você é a melhor jogadora do mundo. Concorda com ele e acha que pode ganhar o prêmio da Fifa de melhor da temporada? Não gosto de falar muito sobre isso. O que eu quero, mesmo, é o ouro. É claro que, se vier a acontecer de ganhar o prêmio da Fifa, ótimo. AE - Acha que conseguiria jogar futebol com os homens? Acho que tenho condição técnica para jogar com os homens. No mês passado, na Suécia, houve uma partida festiva de homens e me convidaram para participar. Joguei bem e fiz até gol.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.