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Mineirão reabre em dia marcado por muitos problemas

Torcedores do Cruzeiro e do Atlético-MG reclamaram das filas, falta de água, ingressos duplicados e trânsito

Por MARCELO PORTELA
Atualização:

BELO HORIZONTE  - Quase dois anos e meio após ser fechado para reforma, o Mineirão foi reinaugurado ontem com o clássico Cruzeiro x Atlético-MG, vencido pela Raposa por 2 a 1. Se por um lado a partida foi emocionante, por outro o torcedor que foi ao jogo encontrou muitos problemas, como congestionamento do trânsito, filas, ingressos duplicados, falta de espaço para deficientes físicos e seus acompanhantes, escassez de água e até falta de higiene nos banheiros.Com a arena lotada, o jogo de ontem serviu como uma espécie de teste para as partidas da Copa das Confederações e do Mundial que serão realizadas no estádio este ano e em 2014, respectivamente. E foi importante para exibir uma variedade de falhas, a começar pelo próprio acesso ao estádio. Sem as obras de mobilidade previstas para a Copa, todas as vias de acesso à arena estavam quase paradas mais de três horas antes do início da partida.Quem esteve no clássico também teve problemas de comunicação, pois em vários pontos não há sinal de nenhuma operadora de celular. Além disso, torcedores ainda reclamaram muito da sujeira nos banheiros e da demora na reabertura dos bares da arena para o reencontro com o tradicional feijão tropeiro ou mesmo para se refrescar diante do calor, que ficou ainda mais intenso no estádio pois toda a parte das arquibancadas foi fechada e não há circulação de ar na arena. Com relação aos bares, mesmo com o Mineirão lotado às 14h30, os estabelecimentos só começaram a funcionar às 16h. E os poucos que abriram antes da partida, onde uma água mineral era vendida por R$ 5, estavam fechados no intervalo, provocando longas filas nos poucos bebedouros disponíveis. Os copos plásticos se esgotaram rapidamente e as bebidas passaram a ser vendidas em latas que, por sorte, não foram jogadas no gramado. "Estou com meu filho e mais um casal com duas crianças e não tem nem água para beber", desabafou o veterinário Marcelo Torres Martins, 37 anos, em entrevista concedida através de uma grade, já que o acesso da imprensa era restrito à tribuna. A acessibilidade para torcedores também foi alvo de críticas - cadeirantes pagaram R$ 120 por ingresso e não havia lugar reservado na arena.A própria venda de ingressos, que teve início na quinta-feira, já dava sinais de que poderia haver problemas na reabertura da arena. Com apenas dois pontos de venda para cada um dos times, longas filas foram formadas, situação que se agravou pelo atraso de quase três horas no começo das vendas. Quem optou por comprar pela internet também não ficou livre de transtornos, já que os vouchers tiveram de ser trocados nos mesmos postos de venda e alguns dos bilhetes ainda estavam com a numeração do assento duplicada.Na questão da segurança também não houve problemas, apesar de as duas torcidas terem comparecido juntas ao estádio depois de mais de dois anos. Segundo o tenente-coronel Alberto Luís, da Polícia Militar, nenhuma ocorrência grave foi registrada durante e depois do clássico. Segundo a assessoria do Minas Arena, consórcio responsável pela administração do Mineirão, os problemas ainda vão ser apurados e o grupo deve se manifestar apenas durante a semana.

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