LONDRES - Eles são experientes nos Jogos Olímpicos, alguns têm medalhas no peito e são todos veteranos do esporte. Mas o fato de a próxima edição ser realizada no Rio, em 2016, está mexendo com a cabeça deles e muitos já avisam que vão adiar a aposentadoria só para ter o gostinho de competir em casa. Aos 39 anos, Emanuel, do vôlei de praia, já conquistou três medalhas e talvez tente a quarta no Brasil. "Só preciso ver como vou me sentir até lá. Mas é uma possibilidade", diz, empolgado com a prata conquistada em Londres, na dupla com Alison.O alemão Julius Brink, que fez a final contra os brasileiros, até acha graça do tempo que Emanuel está em atividade. "Quando eu comecei a jogar na Alemanha, ele já era uma estrela. E acho que quando eu me aposentar ele ainda estará brilhando", afirma, rindo, o atleta de 30 anos.Outro medalhista múltiplo é Robert Scheidt, que adicionou uma quinta à sua coleção em Londres e já confirmou presença nos Jogos do Rio. "Só vou me aposentar depois disso", avisa o atleta, de 39 anos. O grande problema é que ele não sabe em qual classe poderá competir, porque a Isaf (Federação Internacional de Vela) manifestou o desejo de excluir a Star da competição. "Se ela não estiver mesmo, vou tenta a Finn, a Laser, a 49er ou até o Catamarã. Mas acredito que isso será revertido", aposta Scheidt. Seu parceiro Bruno Prada, que também terá de procurar uma nova categoria caso a Star seja excluída, ainda não garantiu sua presença em 2016. "Estarei com 44 anos e claro que tenho vontade (de competir no Rio), mas vou analisar a capacidade física. E se houver necessidade de mudar de classe, terei de fazer alguns testes para ver se eu aguento. Hoje, a classe Finn seria a mais indicada para melhor adaptação do meu peso e tamanho, mas ela é muito física."Na ginástica artística, Daniele Hypólito completará 31 anos em 2016 e poderá chegar à sua quinta participação. Ela já deu a entender que estará no Rio e, mesmo considerada veterana para a modalidade, ainda tem muito talento e força física, além de não ter lidado com muitas lesões na carreira. Para a técnica Iryna Ilyashenko, Daniele é uma aposta. "Acredito que ela vai ficar mais um pouco na seleção."Para a ponta Alexandra, artilheira da equipe feminina de handebol em Londres, a meta é chegar bem em 2016 e enfim abocanhar a medalha que ficou bem próxima em Londres. Ela até adiou planos pessoais para realizar o sonho de disputar a Olimpíada no Rio. "Vou até lá e depois paro para ser mãe", revela a atleta, de 30 anos. Outras duas companheiras, a goleira Chana e a pivô Dani Piedade, vão avaliar se terão fôlego para permanecer na equipe, mas existe um interesse do técnico Morten Soubak para que elas permaneçam.Encerrar a carreira no Rio também está nos planos de Hugo Hoyama, de 43 anos, que divide com Torben Grael e Rodrigo Pessoa o título de recordista brasileiro de participações em Olimpíadas - seis cada um. "Tenho alguns meses para pensar, a idade não atrapalha no tênis de mesa. Normalmente, os jogos são rápidos e desgastam pouco", observa o atleta. "Quero avaliar com calma minha condição técnica. Hoje, eu me sinto em 2016. Mas prefiro aguardar um pouco mais."Técnico e atleta ao mesmo tempo, Rodrigo Pessoa, de 40 anos, é outro que não quer desperdiçar a oportunidade. Em Londres, ele conduziu a bandeira do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos, ajudou a seleção de hipismo a se classificar para a final de saltos por equipe e também conseguiu vaga na decisão individual.Saiu-se bem na prova por equipe, mas ficou longe de conquistar um lugar no pódio. Cauteloso, Pessoa quer priorizar encontro com a cúpula da Confederação Brasileira de Hipismo, Comitê Olímpico Brasileiro e Ministério do Esporte para definir o rumo da modalidade até 2016. "Temos de investir mais, principalmente em cavalos de qualidade. No meio desse processo, eu decido se vou competir no Rio."