PUBLICIDADE

Publicidade

Pilotos e seus malabarismos para morar em Mônaco

Vale até pagar alguém que acenda luzes e use o telefone do apartamento para dizer que vive lá

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

É comum se ouvir dos pilotos de Fórmula 1 nos dias do GP de Mônaco: "Faz sempre bem dormir na própria cama, aqui corro em casa." Muitos pilotos e outros profissionais de cargo elevado na F-1 residem no principado. Contudo, há os que só mantêm a aparência. Eis as técnicas utilizadas por alguns que alegam morar em Mônaco, mas na realidade residem em outro lugar, sejam eles da F-1 ou não: dispor de um conhecido que entre no apartamento regularmente para acender luzes, abrir as torneiras, fazer ligações telefônicas e acionar o aquecimento - ações que movimentem essas contas. "Emprestar o capacete a um amigo para ele circular de motocicleta em Mônaco é uma forma também de tentar justificar presença no principado", comenta um dos pilotos, escolado no modus operandi local. Um profissional que já deixou a Fórmula 1 conta que as autoridades locais exigem que se deposite 100 mil (R$ 280 mil) numa conta bancária do país, e não é permitido mexer. "O dinheiro gera rendimentos que podem ser sacados, mas não o principal", diz. Seja como for, morar em Mônaco parece ser tão bom que, mesmo depois de encerrada a carreira, grande parte dos pilotos se mantém nesse que é um dos menores países do mundo, com apenas 1,9 quilômetros quadrados. E um atrativo principal imbatível: não cobra impostos. Dos 20 pilotos que hoje vão disputar a importante sessão de classificação da sexta prova da temporada, diante das enormes dificuldades de se ultrapassar nos 3.340 metros do circuito, oito residem em Mônaco. Há casos em que apenas alegam manter suas casas, com o objetivo de receber seus belos salários sem descontos. E, para criar a ilusão de residir lá, realizam verdadeiras proezas. Esse com certeza não é o caso de Felipe Massa, da Ferrari. "Adoro Mônaco, permaneço bastante aqui. O tempo está sempre bom, pelo menos 10 graus a mais que na maioria dos países na Europa. Sem falar que aqui me encontro perto de tudo, a qualidade de vida é alta", enumera. Em condições normais, em cerca de quatro horas chega de carro à sede da Ferrari, em Maranello, diz o piloto. O custo de vida é elevado, mas menos do que se pensa, explica Massa. "Aluguel é caro, mas o restante não é diferente do que se gasta na Itália, por exemplo." Um apartamento no bairro Fontevielle, onde a maioria dos pilotos mora, não sai por menos de 5 mil (R$ 14 mil) por mês, os mais simples. "Mas costumo comer bem por 20 (R$ 56) em restaurantes próximos, embora existam para todos os gostos e possibilidades", fala Massa. Rubens Barrichello, Nelsinho Piquet, Jenson Button, Robert Kubica, Nick Heidfeld, Nico Rosberg e Giancarlo Fisichella são os outros pilotos que moram no principado. Mônaco, a propósito, oferece escolas com excelente qualidade de ensino, encontra-se a 25 quilômetros do aeroporto de Nice, na França, de onde é possível voar a todas nações que fazem parte do calendário de F-1, além de contar com dois portos. "Aqui é ótimo para repor as energias dos fins de semana de corrida. Fora do período de GP, Mônaco é um paraíso", explica Nelsinho Piquet.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.