Duas ações ontem da Polícia Civil terminaram com a prisão de um palmeirense, integrante da Mancha Alviverde, e uma busca e apreensão na sede da Gaviões da Fiel, maior organizada corintiana. As operações contra as torcidas de Palmeiras e Corinthians aumentaram o nível de atenção das autoridades para possíveis confusões no clássico de amanhã, no Pacaembu, pelo Paulistão.
“O risco de problemas vinha aumentando para domingo, mas as ações realizadas nesta sexta-feira tendem a diminuir essa possibilidade”, explicou a delegada Margareth Barreto, da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva.
A Polícia Civil cumpriu mandados para buscar informações sobre o espancamento, há um mês, de dois integrantes da Gaviões da Fiel no estacionamento de um mercado na capital.
De acordo com a Polícia Civil, em casos de confusões com a torcida, é comum existir o revide. “Geralmente os agredidos não querem reconhecer os agressores. Não posso afirmar que é o caso agora, mas os dois apresentaram ferimentos que são de quem tentou se defender”, disse ontem a delegada. As vítimas explicaram não ter visto quem foram os autores.
Na ocasião, o presidente da torcida, Rodrigo Fonseca foi agredido e teve os dois braços quebrados. Já o secretário da agremiação, Cristiano Morais, sofreu lesões no rosto. Os dois estavam no estacionamento onde deixaram os carros para seguir até uma reunião de promotores de Justiça com representantes de organizadas, em local próximo ao incidente.
Logo pela manhã, os policiais foram até a casa de um dos acusados em participar da emboscada. Segundo a delegada, o palmeirense Deivison Correia Carvalho, integrante da Mancha Alviverde, dirigia o carro onde estavam dois companheiros, que desceram do veículo, e com bastões e pedaços de pau, agrediram os corintianos.
Carvalho foi preso ontem em flagrante por tráfico de drogas. Na casa dele os policiais encontraram cocaína, maconha, balanças de precisão e cadernos com anotações sobre a venda de entorpecentes. A investigação chegou ao endereço do palmeirense por informações de testemunhas e a pela placa do veículo. No dia da agressão, Carvalho cometeu infrações de trânsito nos arredores do mercado.
No começo da tarde os policiais foram até a sede da Gaviões da Fiel junto com o Batalhão de Choque e cães farejadores. Segundo a Polícia Civil, a busca foi para encontrar artefatos que podem ter sido usados contra os corintianos. “Membros da torcida foram socorrer os amigos e recolheram os objetos do chão, não deixaram para a perícia e nem nos entregaram. Não deixaram as provas no local”, explicou o delegado-assistente da Drade, Sérgio Oliveira Pinto.
O delegado contou que foram recolhidos bastões de madeira e metálicos. Os objetos serão analisados para se apurar se são foram utilizados há um mês na agressão. Ele também manifestou preocupação com possíveis confusões no clássico. “Houve uma escalada de violência com o ataque ao presidente da Gaviões da Fiel. Isso aumentou, e muito, a incidência de novos conflitos. Mas a nossa ação repressiva deve fazer isso diminuir", finalizou.
