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Problemas com doping na Rússia começam na juventude, diz ministro

Ministro dos Esportes do país afirma que uso de substâncias ilegais para melhoria de desempenho começa ainda nas escolas

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Por Redação
Atualização:

Crianças atletas da Rússia estão usando substâncias proibidas enquanto ainda estão nas escolas, disse nesta terça-feira o ministro dos Esportes do país, Vitaly Mutko. Com a Rússia atingida por escândalos de doping durante meses, Mutko prometeu reprimir o doping entre as crianças, o que ele sugeriu ser o resultado de um sistema em que os treinadores podem receber bônus financeiros quando os jovens atletas vencem competições. Um resquício da era soviética, a Rússia tem centenas de academias para crianças abrangendo dezenas de esportes olímpicos de verão e inverno. "Vamos para as escolinhas das crianças e reprimir treinadores que querem ganhar algum tipo de campeonato a qualquer preço e receber um bônus", disse Mutko, ao discutir formas de fortalecer o combate ao doping, em comentário divulgado pelo site esportivo russo R-Sport. Em casos de doping na juventude, "então ele (o atleta) entra na equipe nacional e não pode atingir o seu potencial", acrescentou. O ministro dos Esportes também disse que a Rússia está gastando "recursos colossais" para a luta contra o doping.

Vitaly Mutko afirmou que o problema de atletas envolvidos em doping é global Foto: Divulgação/IAAF

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A Agência Mundial Antidoping e a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) abriram investigações sobre acusações de doping sistemático por competidores russos, após a transmissão por um canal de TV alemão, em dezembro, de um documentário no qual os denunciantes apresentavam casos de uso de substâncias proibidas no atletismo do país, e que seriam encobertos pela agência nacional antidoping.

No mês passado, a IAAF disse que desde a introdução do programa de passaportes biológicos, em 2009, mais da metade de todos os atletas punidos sob o sistema foram russos. Neste ano, até agora são quatro casos, incluindo o da atual campeã olímpica do dos 3 mil metros com obstáculos, Yulia Zaripova.

No entanto, insistiu Mutko, a Rússia não é a líder mundial em doping. Para ele, o porcentual de seus atletas pegos usando substâncias proibidas "é como nos Estados Unidos, Inglaterra, e em todos os outros países. O sistema (antidoping) funciona".

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