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Rio ganha elogios do COI, mas impasse sobre campo de golfe fica sem resposta

Os preparativos do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016 passaram de alvo de duras críticas a motivo de elogios do Comitê Olímpico Internacional, nesta quarta-feira, mas um impasse sobre a construção do campo de golfe da Olimpíada ficou sem resposta do COI ou do comitê organizador. Na primeira visita da comissão de coordenação do COI para os Jogos de 2016 desde que o vice-presidente do comitê, John Coates, descreveu em abril a organização brasileira como "a pior preparação de todos os tempos", a cidade recebeu elogios pelo andamento das obras no Parque Olímpico e no Complexo de Deodoro, este último principal motivo de preocupação anteriormente. "Deixamos o Rio satisfeitos com o progresso que foi feito desde a última visita em março", disse a jornalistas a chefe da equipe de coordenação do COI, a ex-corredora marroquina Nawal El Moutawakel, no encerramento da 7a visita da comissão à cidade. "Ao entrarmos nos dois anos finais de preparação, pudemos ver que o trabalho principal está progredindo em velocidade total, especialmente na construção de arenas", acrescentou. A polêmica ambiental envolvendo a construção do campo olímpico de golfe, no entanto, não foi respondida pelos dirigentes do COI nem pelo chefe do comitê organizador Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman. Um juiz propôs no mês passado que fossem feitas alterações no desenho do campo para recuperar uma área às margens da Lagoa de Marapendi, na Barra da Tijuca, mas a mudança foi recusada pelos responsáveis pelo projeto por afetar a construção de um condomínio de edifícios que faz parte do complexo. A Justiça vai decidir nas próximas semanas se o projeto pode continuar a ser executado como está ou se a obra deve ser paralisada enquanto se busca uma solução para a questão ambiental. Segundo Nuzman, o assunto é de responsabilidade da Prefeitura do Rio e não há nada que o comitê organizador possa responder sobre o tema. Nawal expressou apenas ter confiança que a cidade está lidando com o problema, mas nenhum dos dois indicou o que será feito caso a obra seja embargada. "Estivemos ontem no campo de golfe, parece muito bom", disse Nawal, apenas, quando questionada sobre o assunto. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que participou dos três dias de reunião do COI na cidade, afirmou ao sair do encontro que confia numa solução para o caso sem que as obras sejam paralisadas. Segundo Paes, não há dano ambiental no projeto. "Estou confiante que nós estamos comprovando todas as explicações ao Poder Judiciário... que há uma contrapartida enorme naquela região", afirmou.

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Por Redação
Atualização:

ACOMODAÇÃO Sem abordar a questão do campo de golfe, o COI ressaltou a acomodação de turistas como único ponto especial de atenção nos preparativos. O tema é um dos principais desafios da cidade para os Jogos desde que foi escolhida como sede da Olimpíada, em 2009. De acordo com Nawal El Moutawakel, as autoridades locais reforçaram as garantias de que 68 hotéis em construção ou a serem construídos para os Jogos ficarão prontos a tempo. A mudança do tom crítico do COI em abril para as atuais palavras de elogio reforçam a posição tomada no mês passado pelo presidente do comitê, o alemão Thomas Bach, que disse em entrevista à Reuters que os preparativos estavam em bom ritmo. Os organizadores dos Jogos do Rio e os governos vinham sendo criticados pela falta de coordenação no trabalho, o que levou a atrasos em praticamente todos os principais projetos para os Jogos, incluindo o Complexo de Deodoro, que receberá vários eventos esportivos. Preocupado com uma possível repetição na Olimpíada dos atrasos que marcaram a preparação do Brasil para a Copa do Mundo, o COI decidiu tomar uma série de medidas este ano, incluindo uma maior presença de funcionários do comitê na cidade, e agora comemora os avanços dos preparativos. "No momento estamos muito satisfeitos com o que está acontecendo em Deodoro, especialmente com o volume de trabalho que foi feito", disse o diretor de Jogos Olímpicos do COI, Christophe Dubi.

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