PUBLICIDADE

Timorense só quer acabar a maratona

Por Agencia Estado
Atualização:

Cada Olimpíada tem um herói e o candidato a essa condição em Atenas é Gil da Cruz Trindade, do Timor Leste. O atleta vai disputar a maratona no domingo e seu objetivo é terminar a prova de 42.195 metros. Sua melhor marca pessoal para a distância é 2h49min00, enquanto o recorde mundial, do queniano Paul Tergat, é de 2h04min55. Cruz Trindade foi a Atenas por meio de um convite especial. Ganhou a passagem aérea e US$ 250 do Comitê Olímpico Internacional. Atualmente, está sem dinheiro, assim como Agueda Amaral, a outra representante do Timor, que chegou em penúltimo lugar na maratona. ?Estamos muito estressados por causa da falta de dinheiro. Em Dili (capital do país) e na Austrália estão tentando arrecadar dinheiro para nos mandar, mas não chegou nada até agora?, disse Cruz Trindade. O local de treinamento em Timor Oriental não são precisamente de primeira classe. ?No Timor, temos um estádios, mas os atletas nunca o utilizam. É só para o futebol, De segunda a sexta, corro na estrada?, explica. ?Pela manhã, faço de 15 a 20 quilômetros e, à tarde, mais 10.? Timor Leste foi muito bem-vindo quando surgiu no cenário olímpico pela primeira em 2000, em Sydney. Foi um ano depois que a imensa maioria das pessoas ter voltado um referendo a favor da independência de Jacarta, o que gerou distúrbios por parte da milícia indonésia. Mais de mil pessoas morreram em atos de violência antes da eleição, o que levou a Austrália a enviar tropas para Dili a fim de restabelecer a ordem. A ONU, na figura do brasileiro Sérgio Vieira de Mello (morto no Iraque), administrou o território até sua independência em maio de 2002. Timor Leste pediu às tropas da ONU que continuem no país, argumentando que a situação na fronteira com a Indonésia ainda é delicada. E a política não poderia estar longe da mente de Cruz Trindade, que confessa ter ficado bastante emocionado na cerimônia de abertura dos Jogos. ?Nunca pensei que poderia chegar a Atenas. Confesso que chorei?, disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.