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Volvo Ocean Race tem largada no Rio

Oito barcos deixaram o Rio neste sábado e seguiram para nova etapa da Volvo Ocean Race, num percurso de 4.450 milhas náuticas até Miami (EUA).

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Por Agencia Estado
Atualização:

A holandesa Carolin Brouwer juntou-se aos familiares, amigos, apreciadores da vela e curiosos que estiveram neste sábado no pier da Marina da Glória para dar adeus às tripulações dos oito barcos que deixaram o Rio. Seguiram para outra etapa da Volvo Ocean Race, um percurso de 4.450 milhas náuticas até Miami (EUA). Após 15 dias de descanso, a iatista que fez duas etapas da regata à bordo do America Sports Too, sabe que vai sentir saudades dos 25 dias que passou sem banho, sobrevivendo com o que enfiou "na malinha" individual e dividindo pente, pasta de dente e desodorante com outras 12 tripulantes, tudo para evitar peso. Carolin volta para Oostende, na Bélgica, onde vive, para continuar seus treinos na Classe Europa. O salário que ganhou ao fazer as duas etapas, como timoneira, ajudará na sua campanha olímpica para os Jogos de Atenas. No seu barco o ganho mensal de uma tripulante variava entre US$ 3 mil e US$ 10 mil - "o comandante ganha muito mais que isso", observa. Carolin define a Volvo como o maior desafio que um velejador pode enfrentar, exatamente por colocar a tripulação em dificuldades extremas, em situação de rivalidade, um querendo estar na frente do outro, nem que seja na largada de uma perna. Foi o que ocorreu neste sábado, em uma largada que o iatista Robert Scheidt, a bordo de um barco da imprensa, definiu como espetacular. Na Marina da Glória, os barcos estavam preparados e as tripulações, uniformizadas, entraram à bordo, às 11h30. O grupo de calção azul e blusa branca do barco neozelandês News Corp aproveitou os últimos momentos para embarcar garrafas de água doce, "gold" (ouro), segundo o comandante Jez Fanstone. Na maior parte do percurso terão de tomar água dessalinizada. A linha imaginária da largada foi traçada entre o farolete da Escola Naval e o navio cisne branco, cerca de uma milha de largura, estreita para oito barcos de 64 pés. O grande número de barcos de expectadores, que insistia em permanecer perto da área de largada, tornou a saída um pouco confusa. Nos dez minutos finais, a partir do primeiro tiro de canhão, os comandantes sentiam a linha de vento, de cerca de 12 nós, para escolher o caminho. Dado o sinal sonoro, os barcos djuice, de bandeira da Noruega, e Ilbruck, da Alemanha, foram os que saíram nba frente. Mas os sete barcos largaram muito próximos - apenas o News Corp ficou para trás. "Todos largaram praticamente na mesma linha", observou Scheidt, pentacampeão mundial, campeão e vice-campeão olímpico. "Mesmo saindo para uma etapa de 18 dias eles largaram procurando vento, fazendo manobras, não dando um metro de espaço para o adversário - parece até uma classe de barcos pequenos e regatas curtas, como a Laser. Isso, na verdade, tem um aspecto psicológico importante, dá moral passar a primeira tarde à frente. E eles estavam ansiosos após a parada no Rio." A marinha manteve a raia limpa somente no momento da largada. Desapareceu em seguida e o público, em barcos menores, acompanhou a regata como bem entendeu, ficando, inclusive, muito próximo dos veleiros ou no caminho, muitas vezes em situação de perigo. Os iatistas que acompanhavam chegaram a comentar que isso jamais ocorreria na Inglaterra. A troca de posições foi constante nos primeiros 50 minutos de regata. No início, os barcos que escolheram o lado esquerdo da raia, mais próximo de Niterói, pegaram os melhores ventos. Mas já fora da Baía de Guanabara, antes de cruzar a bóia obrigatória, após cerca de 7 milhas, as tripulações içaram velas maiores, procurando o vento que diminuia pela metade. Djuice passou pela bóia na frente, com Ilbruck a 38 segundos e o America Sports One a 1min40s. A maior diferença, do djuice para o último colocado, o News Corp, era de 8min40s. Quando os barcos ganharam mar aberto, após cruzar um trecho estreito entre a Ilha da Mãe e a Praia de Cambuinhas, em Niterói, o Amer Sports One liderava, seguido de perto por Tyco, barco com bandeira das Ilhas Bermudas, e o norueguês djuice. Como até Miami os ventos serão médios e fracos, a previsão é de que as posições mudem muitas vezes. Os barcos devem chegar aos Estados Unidos no dia 27.

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