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Yamaguchi tenta enfim provar que é melhor do que Martín 'El Terrible'

Boxeador capixaba enfrenta novamente argentino. No primeiro combate, árbitro desclassificou os dois lutadores

Por Alessandro Lucchetti
Atualização:

 Com o moral reforçado pela medalha olímpica e um contrato recém-assinado com a Golden Boy Promotions, Yamaguchi Falcão subiu ao ringue todo animado, com um machado na mão, para enfrentar Martín "El Terrible" Ríos em sua estreia como profissional, em janeiro, em Santos. Neste sábado, se pudesse, entraria com um esfregão na luta contra o mesmo adversário, no ginásio Falcão, na vizinha Praia Grande. O combate é visto pelo peso médio capixaba como uma oportunidade de limpar sua imagem.

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No começo do ano, "El Terrible" justificou o apelido, deu dois socos em Yamaguchi e cuspiu no árbitro. O brasileiro empurrou o adversário, o árbitro José Bezerra desclassificou os dois e a luta terminou sem resultado, afetando a credibilidade de Falcão.

Desde então, Yamaguchi fez mais duas lutas nos Estados Unidos - venceu ambas, sendo uma delas por nocaute. Mesmo assim, sentiu que deu passos para trás na carreira. "Eu estreei fazendo uma luta para dez roundes, depois baixei para seis. Para mim foi tipo um castigo", admite. "Agora terei uma chance de limpar a imagem. O gosto da minha estreia foi meio amargo. Agora é uma questão de honra ganhar desse cara. Eu me preparei bastante".

Yamaguchi reconhece que não estava bem preparado mentalmente para enfrentar um adversário cheio de artimanhas. "Entrei com aquele machado querendo fazer um personagem. Queria marcar a minha história. Mas meu sangue esquenta muito. Minha cabeça não estava bem focada".

Yamaguchi (à direita) fez questão de ser marrento na pesagem Foto: Mauricio de Souza/Estadão

A pesagem, nesta sexta-feira, foi tensa. Yamaguchi pesou 72,7kg, 200g acima do limite do peso médio. O contrato da luta, porém, estabelece que o combate será por peso combinado, com limite até 73,4kg. O treinador de "Terrible", Wilfredo Wilches, não concordou e, em altos brados, protestou, dizendo que não aceitava a realização do combate naqueles termos.

Yamaguchi foi para o banheiro, fez alguns exercícios com cordas e, minutos depois, conseguiu dar o peso. Na hora de subir na balança, tirou até as meias e a sunga. Depois, no momento de posar para as fotos, Yamaguchi e Ríos trocaram empurrões e desinteligências.

A luta está prevista para as 23h15 e terá transmissão do SporTV. O combate que fecha a noitada, no entanto, é a disputa do título médio-ligeiro latino da Organização Mundial de Boxe (69,853) entre o catarinense Patrick Teixeira e o argentino Ulyses "Cloroformo" López.

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Com um cartel de 23 vitórias, sendo 19 por nocaute, Patrick é uma das principais promessas do boxe brasileiro. Mas Cloroformo, como o próprio apelido indica, também é especializado na arte de abreviar nocautes, pondo seus adversários para dormir. Tem 28 vitórias, 16 delas por nocaute, e quatro por nocaute.

"Acho que essa luta não irá além do segundo assalto. Nós dois somos pegadores", disse Cloroformo, entre uma dentada e outra numa torta recheada com linguiça que fazia parte do lanche oferecido aos boxeadores, famintos com o jejum que antecede as pesagem.

Do programa faz parte também a luta de Victor Freitas, o sobrinho de Popó. Ele vai enfrentar o local Alan Costa, em luta de quatro roundes do peso pena. Ele é treinado por Luiz Cláudio Freitas, o mesmo que orientava Popó.

Freitas tenta recuperar o tempo perdido após cumprir nove meses de suspensão por doping - utilizou um diurético para perder peso. "Eu já poderia ter o título latino a esta altura do campeonato".

Luiz Cláudio aposta que títulos mais importantes estão por vir. "Não sei se o Victor será como meu irmão, que conquistou quatro títulos mundiais. Mas ao menos um ele vai trazer". 

  

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