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Zanetti e Henrique Flores veem disputa interna como empurrão para o topo

Por DEMÉTRIO VECCHIOLI E NATHALIA GARCIA
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A nota 15.900 na final das argolas e a medalha de ouro na etapa de São Paulo da Copa do Mundo de Ginástica Artística mostraram que Arthur Zanetti mais uma vez sobrou diante de seus adversários. Henrique Flores, enteado do técnico Marcos Goto, somou 15.100 e ficou com a medalha de prata. Melhor para a torcida brasileira, que pôde comemorar a dobradinha no pódio. A disputa interna nas argolas é vista de maneira positiva pelos dois atletas do São Caetano do Sul. Henrique se vê motivado a trabalhar mais para evoluir e tentar se equiparar ao colega, já Arthur não quer ser superado pelo amigo e busca se manter no topo. "Quando eu vejo que ele está chegando perto, eu preciso trabalhar para que ele não me alcance. Com isso, um vai empurrando o outro e o nível aumenta muito trabalhando juntos também", diz Zanetti.Henrique garante não se intimidar com o ótimo desempenho do companheiro de equipe. Lesões no ombro e na coluna tiraram o ginasta das duas primeiras etapas da competição, em Cottbus (Alemanha) e Doha (Catar), depois de ganhar o ouro em Medellín (Colômbia), no ano passado, com 15.700. Satisfeito com a prata, ele justifica: "O objetivo sempre foi essa dobradinha. Não estou 100%, voltando de lesão, minha nota é um pouquinho mais alta do que isso." Já Zanetti é só alegria. Para o atleta, que nunca tinha participado de uma competição na capital paulista, o apoio da torcida brasileira foi um empurrão para o ótimo resultado. "Quase no final da minha série eu estava respirando, ainda tinha força para gastar à vontade. A gente sentiu mesmo a energia do povo brasileiro, fez muita diferença", exaltou.Na fase eliminatória, ele também conquistou a sua melhor nota da carreira - 16.050. O fato de não ter repetido o resultado na final é visto com naturalidade pelo atleta. "O critério hoje (domingo) é diferente, um pouco mais rígido. Isso é normal", explica. Perfeccionista, o campeão olímpico também já pensa nos ajustes que precisa fazer em sua série para as próximas competições. "Preciso melhorar alguns detalhes de ângulo, balanço das argolas e cravar essa saída. Aí fica tudo perfeito", avalia.

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