Prata nas argolas nos Jogos do Rio, Arthur Zanetti já mira o próximo ciclo olímpico. Para começar bem a preparação para a Olimpíada de Tóquio, em 2020, o ginasta foi submetido a uma artroscopia no ombro esquerdo para correção de lesão no manguito rotador na última quarta-feira, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. "Meu tendão deu uma desgrudada, estava rompido. A cirurgia foi feita para pregá-lo no lugar. Eu quero começar o ano bem, focado no ciclo olímpico até Tóquio, em 2020. Geralmente são alguns meses de recuperação, mas vou estar no ginásio fazendo fisioterapia", disse Zanetti.
Segundo o médico Benno Ejnisman, a recuperação será progressiva. Após um mês usando tipoia, o ginasta deve fazer fisioterapia para recuperar os movimentos e, em seguida, passar por um trabalho de fortalecimento. Subir nas argolas é a última parte do processo. O retorno às competições está previsto apenas para o próximo ano. O especialista em medicina do esporte e em cirurgia de ombro e cotovelo garante que o problema no tendão não atrapalhou o desempenho de Zanetti no Rio. "Ele estava sem dor no momento da prova, era algo que eventualmente poderia sentir algum desconforto. Estava controlando muito bem com fisioterapia e trabalho de reequilíbrio muscular." Ele também acrescentou que foi a época ideal para a realização da cirurgia. "Era o momento que ele tinha de maior espaço para poder se recuperar de uma forma adequada para estar apto para o próximo ciclo olímpico. A gente fez a mesma coisa em uma lesão semelhante que ele tinha no outro ombro." Em 2010, Zanetti foi submetido ao mesmo tipo de procedimento cirúrgico no ombro direito e voltou a competir conquistando vários títulos nas argolas. Faturou o inédito ouro olímpico para a ginástica artística em Londres-2012, sagrou-se campeão mundial na Antuérpia-2013 e acumulou ainda a prata no Mundial de Nanning-2014 e ouro no Pan de Toronto-2015.