Após trabalho com atletas olímpicos, NAR vai ampliar leque de atividades

Núcleo quer inspirar a excelência esportiva para que o Brasil tenha um bom desenvolvimento das modalidades

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Por Paulo Favero
Atualização:

O Núcleo de Alto Rendimento Esportivo de São Paulo (NAR) trabalhou com diversos atletas no último ciclo olímpico. Só para se ter uma ideia, das 19 medalhas olímpicas que o Brasil conquistou, cinco foram de atletas que passaram pelo local. Já entre as paralímpicas, dos 72 pódios, 45 foram de atletas atendidos pelo NAR.

Mas o Núcleo quer ir além para o próximo ciclo olímpico visando aos Jogos de Tóquio, em 2020. Além de aprimorar o trabalho com os atletas de alto rendimento, a ideia é aumentar e potencializar o leque de atividades. “Somos um centro de inspiração da excelência esportiva e vamos tentar ampliar o espectro de trabalho. Continuamos querendo o atleta e a medalha, mas temos um olhar claro na educação do profissional e no desenvolvimento do esporte de base”, explica Irineu Loturco, diretor técnico do NAR.

NAR quer inspirar aexcelência esportiva para que o Brasil tenha um bom desenvolvimento das modalidades Foto: JF Diorio/Estadão

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Em uma área de 20 mil metros quadrados na cidade de São Paulo, passam pelo local anualmente mais de 1.500 atletas de 75 modalidades diferentes. “Durante o ciclo olímpico o NAR despontou como centro referência em ciência do esporte. Agora, nossa intenção é usar esta legitimidade para utilizar o esporte como uma ferramenta de transformação social.”

Inaugurado em 2011, o NAR teve um investimento inicial de R$ 20 milhões para sua construção, bancados pelo Instituto Península, braço social da Península Participações, empresa de investimentos da família Abilio Diniz. Atualmente, é o próprio Instituto que arca com 50% dos gastos mensais, mas sem divulgar os valores, enquanto o restante é bancado por patrocinadores e apoiadores, como Caixa Econômica, Procter&Gamble, Under Armour e Gatorade.

“O desafio agora é construir um modelo com impacto nacional, que influencie inclusive as organizações que cuidam do esporte. Queremos usar a nossa história para influenciar diferentes setores da sociedade a investir no esporte, e também contribuir para o desenvolvimento da educação física nas escolas”, continua Loturco.

A maior preocupação de todos que estão envolvidos com o esporte no Brasil é sobre o legado que os Jogos do Rio vão deixar. Por enquanto, pouco se vê de resultado e o pessimismo toma conta dos profissionais. “Após um ciclo olímpico no qual o país foi sede, sempre se espera um legado. A comunidade esportiva brasileira ainda não tem certeza do que esperar daqui pra frente. Por outro lado, o NAR continuará firme em sua missão de desenvolver o esporte nacional”, comenta.

Uma parceria que promete render mais frutos para os Jogos de Tóquio, daqui a quatro anos, é com o Comitê Paralímpico Brasileiro. Mesmo com a inauguração do Centro de Treinamento Paralímpico, a intenção é manter os laços. “Nosso convênio com o CPB é científico, e não se resume a estruturas e instalações”, ressalta Loturco, lembrando que o NAR já publicou dezenas de artigos científicos em revistas internacionais e também possui um curso de pós-graduação em alto rendimento esportivo.

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